Na última semana de Rodrigo Janot como Procurador-Geral da República, há previsão de novas emoções no jogo xadrez político nacional, engolfado pela Lava Jato. Além das prisões de Joesley Batista e Ricardo Saud, das investigações sobre o ex-procurador Marcelo Miller (com mandados de busca e apreensão), há, ainda, a possibilidade de nova denúncia de Janot contra Michel Temer; os efeitos da devastadora denúncia envolvendo a cúpula do PMDB no Congresso, ligado ao presidente, as repercussões do depoimento de Antônio Palocci – que pode fechar delação premiada fulminante para Lula da Silva e Dilma e, no meio disso tudo, no contexto das duas PEC’s da reforma política, há fortíssimos indícios de que deputados e senadores vão tentar passar o fundão (bilhões de dinheiro público para financiar campanhas de suas “Excelências”) e do distritão. Este, se passar, sepulta a possibilidade de renovação nos legislativos e vai manter apenas deputados de grandes partidos e de cidades maiores. A conferir!
Abordagem
Não bastassem todas as recentes trapalhadas e atuações que levantam suspeitas graves, Rodrigo Janot também foi flagrado em um bar de Brasília na companhia do advogado do bandidão-geral da República, Joesley Batista. O causídico tinha um copo de cerveja à sua frente. De óculos escuros, o PGR aparece com expressão fechada, de pouquíssimos amigos. Horas depois, Joesley Bandidão foi para o xilindró.
Corporativismo
Janot chegou a pedir a prisão de seu ex-braço-direito e ex-procurador, Marcelo Miller. Mas o juiz Edson Fachin – embora tenha liberado mandados de busca e apreensão de Miller – não mandou prender o sujeito, que já deveria estar atrás das grades junto com Joesley Bandidão e Ricardo Saud.
Cassação de medalha
O peemedebista Geddel Vieira Lima, notório político profissional que vem sendo alvo de suspeitas envolvendo corrupção desde o final dos anos 1980, entrou na alça de mira da família Amin, historicamente a maior adversária do PMDB Barriga-Verde. Deputado estadual João Amin está analisando com sua assessoria jurídica a possibilidade de pedir a cassação da Medalha Anita Garibaldi entregue ao baiano em 2010. Ele pode protocolar pedido neste sentido, na Alesc, ainda esta semana.
Medalha, medalha
Coube ao então vice-governador Leonel Pavan (PSDB) entregar a máxima honraria catarinense a Geddel há sete anos. O peemedebista da Bahia voltou para a cadeia depois de serem descobertos mais de R$ 51 milhões em dinheiro vivo, na semana passada num apartamento que estava emprestado a ele.
Correligionários
A concessão da medalha ao corrupto Geddel foi aprovada no governo de Luiz Henrique da Silveira, que era o líder máximo do PMDB estadual. À época, a história gerou muita polêmica, pois Geddel foi acusado de sentar em cima das verbas necessárias para a reconstrução do Estado após a grande enchente de 2008. E de usar propina via direcionamento das verbas ao seu Estado para a derrotada campanha ao governo.
Círculo íntimo
O baiano agora preso era ministro da Integração Nacional de Lula da Silva, por quem foi elogiado publicamente em inúmeras oportunidades. Também foi diretor da Caixa Econômica na era Dilma e voltou à esplanada em 2016 pelas mãos do amigão Michel Temer. Todos eles se conhecem muito bem. De longa data!