Coluna do dia

Semana terrível

A solenidade coletiva realizada no sábado, na Arena Condá, em Chapecó, além do clima de mais absoluta tristeza, reuniu boa parte do mundo político. Foi virada uma página terrível da nossa história, que ainda terá muitas outras escritas a partir do desastre e os seus desdobramentos imediatos.

O presidente Michel Temer, soube-se naquele dia, desde o começo já havia decidido comparecer na Arena Condá. Na cidade do Oeste foi recebido por Raimundo Colombo, Gelson Merísio e Luciano Buligon.

A estratégia foi a seguinte: não revelar a ida ao estádio para não tumultuar a entrada das pessoas na Arena. Se a agenda do Planalto confirmasse a presença presidencial no local, o sistema de segurança seria obrigado a revistar cada pessoa que acessasse às dependências do estádio. Evidentemente que não faria sentido. Ao fim e ao cabo, o presidente acabou driblando sua própria segurança. Compareceu. E não havia a menor pré-disposição para vaias populares, como acabou não ocorrendo.

 

Oportunismo

A estratégia de não revelar a verdadeira intenção de Michel Temer, de marcar presença na Arena Condá, acabou evitando, ainda, manifestações de PT, PCdoB e de centrais sindicais. Que, se ocorressem, seriam do mais absoluto oportunismo.

 

Tabelinha

Raimundo Colombo foi ágil e discreto na articulação com Michel Temer para que o Estado brasileiro desse todo o suporte, o que de fato ocorreu, aos atingidos diretamente pela tragédia.

 

Sereno e discreto

Apesar da discrição e da serenidade, naturalmente o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, ganhou grande destaque neste processo tão doloroso. Esteve à frente de tudo, sem qualquer deslize nas declarações e posicionamentos. Entra em um novo patamar de sua carreira, em que pese o momento de tamanha dor.

 

Frase

“Deus também tem o direito de chorar. Por isso, chove tanto na Arena Condá”. Luciano Buligon

 

Merecido

A Conmebol, depois de tudo o que aconteceu nos últimos cinco dias, não tem a menor margem para pensar em qualquer solução para a Copa Sul Americana que não seja conceder o título à Chapecoense.

 

Ano difícil

Esse 2016 parece não ter fim. Depois de tantas situações políticas e econômicas que trouxeram sofrimento para milhões de pessoas, o impechment, prisões, queda de políticos importantes, veio à tragédia com a Chapecoense. E na madrugada de sábado para domingo, um fortíssimo vendaval assustou milhares de catarinenses. O fenômeno deixou pelo menos 240 mil pessoas sem energia elétrica. Não se trata de uma tragédia evidentemente, mas de mais uma situação que nos leva a refletir. Felizmente, neste último caso, praticamente só prejuízos materiais.

 

Enterro

Em meio à comoção quase que mundial pela morte de 71 pessoas no voo que levaria a Chapecoense a Medellín, os cubanos enterraram o ditador Fidel Castro neste domingo.

 

Redução

Prefeito eleito de Rio do Sul, José Thomé, anunciou que em sua gestão, a prefeitura terá apenas sete secretarias. Começa bem. Parte do enxuto colegiado também tem perfil exclusivamente técnico.

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