Estado foi considerado o maior em densidade de startups, além de ser o segundo em número absoluto e o terceiro em quantidade de empresas nascentes emergentes
Pesquisas divulgadas neste ano mostram o destaque das empresas catarinenses de tecnologia no país. Santa Catarina é o terceiro estado com maior número de startups com tecnologias emergentes, que desenvolvem algum tipo de inovação, de acordo com o levantamento da aceleradora Liga Ventures, e o segundo em número absoluto de empresas nascentes, ficando atrás somente de São Paulo.
No ranking de densidade de startups por número de habitantes, Santa Catarina está em primeiro lugar entre os estados brasileiros, com cinco cidades no top 10 (Florianópolis, Chapecó, Joinville, Blumenau e Balneário Camboriú). A capital foi reconhecida como a cidade com maior densidade de startups e conquistou o segundo lugar geral do Índice Cidades Empreendedoras (ICE), da organização mundial de fomento ao empreendedorismo Endeavor. A capital ficou também em terceiro lugar geral em inovação, e logo abaixo, na quarta posição, estava Blumenau. As pesquisas mostram o potencial e a união do ecossistema estadual, que além de incentivar as ideias inovadoras, gera uma rede de suporte ao empreendedorismo.
Projetos como o Startup SC, do Sebrae SC, trabalham para fomentar o empreendedorismo na região. Somente neste ano, a iniciativa impactou mais de 5 mil pessoas, oferecendo mentorias, capacitação e encontros para discussão de problemas enfrentados por empreendedores do ramo. Para 2018, os organizadores do projeto planejam o primeiro evento que reunirá todo o ecossistema empreendedor catarinense: Startup SC Summit.
“O Summit irá unir pela primeira vez os empreendedores da área tecnológica que mais se destacam no estado. Queremos unir ainda mais o ecossistema, facilitando a troca de experiência e o aprendizado para quem está começando”, explica Alexandre Souza, gestor do Startup SC, “ano que vem acontecerá a quinta missão internacional para o Vale do Silício, com nove startups selecionadas de Santa Catarina. Nosso objetivo é trazer uma visão global para os empreendedores do estado e incentivar assim a inovação”.
Das 140 startups que passaram pelo programa do Sebrae, 66% continuam ativas. Juntas, o faturamento delas chegou a R$ 43 milhões em 2016 e gerou 585 empregos para o estado. Entre elas, a startup CUCO Health, que desenvolve uma solução para o acompanhamento completo da saúde de seus usuários. O aplicativo fornece desde lembretes para tomar os remédios até o monitoramento personalizado por profissionais. Com foco na prevenção clínica, o app já foi baixado por mais de 60 mil pessoas de dentro e fora do país.
A startup foi uma das participantes do programa Startup SC, e em 2018, a CEO da CUCO Health, Lívia Cunha, será uma das representantes catarinenses na Missão ao Vale do Silício, ação promovida pelo programa de capacitação. Suas expectativas para a experiência estão relacionadas ao aprendizado que terá a partir do relacionamento com empresas de Digital Health do Vale. “O modelo do paciente no centro do negócio, tratando e aprimorando suas condições de saúde e de vida, é o modelo que buscamos desenvolver no Brasil, e a troca de experiências com as empresas que estão desenvolvendo este conceito no Vale será fundamental neste processo”, explica Lívia.
Estar conectado a oportunidades globais influencia diretamente na capacidade de inovação da empresa. “O empreendedor precisa crescer junto com o seu negócio. Para isso o ecossistema ao seu redor não pode atrapalhá-lo. Ter gente boa formada nas universidades, instituições de pesquisa ativas e não um governo que engesse a gestão da empresa permite que o empreendedor foque no que é importante para o sucesso da sua startup”, afirma Guilherme Lopes, líder regional da Endeavor.
Outras iniciativas em Santa Catarina
O MIDITEC, incubadora fundada e mantida pela ACATE e pelo Sebrae/SC, ajudou no desenvolvimento de 112 empresas de tecnologia na Grande Florianópolis. O número representa cerca de 14% dos empreendimentos do setor na região. Hoje em dia, cerca de 85% dos negócios iniciados no MIDITEC ainda estão em funcionamento, um contraste com a realidade nacional, onde 74% das startups fecham as portas nos primeiros cinco anos de vida, segundo pesquisa da aceleradora Startup Farm.
A própria Endeavor, possui um programa de mentarias voltado para empresas com alto potencial de crescimento, o Scale-up. O programa é voltado para empresas e empreendedores cujo o ciclo acelerado de crescimento e criação de riqueza baseia-se, fundamentalmente, na escalabilidade do seu modelo de negócios. No programa as empresas recebem mentorias e passam a fazer parte de uma rede de conexão da Endeavor, formada pelos principais líderes empresariais do país. O objetivo é que os selecionados aprendam com quem já fez e potencializam o impacto dos seus negócios para a geração de novos empregos.