Blog do Prisco
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Síndrome do Prefeito reeleito: a autoilusão que custa caro.


Ralf Guimarães Zimmer Junior. Candidato ao governo do Estado em 2022 pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social)

 

Há uma síndrome no meio político nos últimos anos, qual seja, prefeitos reeleitos de municípios grandes se iludirem que farão mesma percentagem de votos de seus municípios ao se lançarem para Governador dois anos depois.

Não fazem nem a percentagem de votos que fizeram no próprio município que governam.

Isso porque, as eleições para Governador ocorrem paralelo às eleições presidenciais, e estas, as eleições presidenciais, dão o tom nos Estados para eleições para governo, e não as eleições de prefeituras ocorridas 2 anos antes.

Não vamos longe, o ex-alcaide de Florianópolis, Gean Loureiro, reeleito em primeiro turno em 2020. [Com mais de 50% dos votos], saiu da prefeitura em 2022 para correr ao governo do Estado, com aprovação de 72,1% da população local.

Seis meses depois, abertas as urnas, Gean não fez nem metade dos votos projetados em Florianópolis [seu nicho mais forte], ficou apenas com 33,26% dos votos válidos. E acabou as eleições em melancólico quarto lugar.

Isso que contava com o PSD do poderoso Kassab empurrando morro acima seu poderoso União Brasil, e tinha o melhor programa eleitoral da época. O marketeiro era melhor. O conteúdo [tinha sido realmente um prefeito que fez muita obra] também era o melhor.

Justamente esse o ponto. Desde 2018 a população não se importa com o programa eleitoral. Muito menos com o que o candidato diz. Mas, sim sobre quem diz a respeito do candidato.
E esse “quem diz”, que decide eleição para governo nos Estados, responde por Jair Bolsonaro à direita, e Lula da Silva à esquerda.

A síndrome do prefeito reeleito pensar que pode ser governador em Santa Catarina sem o apoio expresso de Bolsonaro ou Lula tem custado caro a promissoras carreiras políticas. Vide Gean Loureiro.

Em tempo, quem acredita que “Bolsonaro não vai se meter porque é amigo de a ou b”, das duas uma, ou não conhece a história do próprio Estado, ou muito menos Bolsonaro….
Tá em dúvida? Pergunte para Merisio e Gean Loureiro se Bolsonaro não se meteu e não acabou com os castelos de cartas de um ou outro respectivamente em 18 e 22?

Quem fica no meio do campo, malgrado se diga a direita ou a esquerda, bolsonaro ou Lula, mas não conta com a benção expressa destes, tem ficado pelo caminho. Fatos em 2018 e 2024, e que tendem a se repetir em 2026. Basta conversar com as pessoas, a temperatura é a mesma.