Sexta-feira à noite. Chuva em pleno outono. Oportunidade perfeita de ficar em casa ou fazer um programa em família depois de uma longa de semana de trabalho. Mesmo nestas condições, centenas de brusquenses foram à Praça Sesquicentenário, em Brusque, manifestar solidariedade ao prefeito Paulo Eccel e repudiar a decisão do TSE que confirmou a cassação do petista. Ele foi acusado de gastar excessivamente em publicidade no eleitoral. O detalhe é que os recursos aplicados se basearam na lei, que, posteriormente, sofreu nova interpretação do TRE e do próprio TSE. Uma agressão à democracia.
Em seu discurso, Eccel frisou que a decisão não se baseou em caso de corrupção e sim por uma mudança na interpretação da regra depois da eleição: “Ao contrário do que muitos estão dizendo por aí, pois, quando se fala em cassação normalmente se imagina que o cara roubou, que passou a mão no recurso público ou que desviou dinheiro. Essa prática não combina comigo, essa prática não combina com a gente. O selo, o rótulo, a etiqueta de corrupto não cabe no meu peito,” disparou.
Pesou o componente político
A decisão dos tribunais eleitorais que alcançou o mandatário brusquense tem claro componente político, a partir da contaminação do Judiciário em função do desgaste do PT.
Casos absolutamente semelhantes, como os de Carlito Merss em Joinville e José Claúdio Caramori, em Chapecó, mereceram a absolvição pela máxima corte eleitoral do país.
Eccel entrou com recurso no STF. Presentes ao ato, além de populares e lideranças da base de apoio, estavam os deputados federais Décio Lima e Pedro Uczai, além dos estaduais Ana Paula Lima e Dirceu Dresch.
Juntaram-se ao movimento, por telefone, os também deputados federais Rogério Peninha Mendonça (PMDB) e Espiridião Amin (PP); a ex-deputada Angela Amin (PP) e os prefeitos Jandir Belini (PP), Itajaí, e Napoleão Bernardes (PSDB) de Blumenau. Nos últimos quatro dias, Paulo Eccel recebeu centenas de telefonemas e visitas de respaldo à sua luta.