Coluna do dia

Sobe a pressão

Manifestações populares e espontâneas marcaram a tarde de quarta-feira em frente à Câmara de Vereadores de Florianópolis. Ali estiveram de empresário a empregado, de classe média formadora de opinião a profissionais liberais; até as classes mais populares.

Todos revoltados com a nova quarentena imposta pelo prefeito Gean Loureiro. Também pudera. O momento é extremo, delicadíssimo e o alcaide decide a vida de todo mundo simplesmente sem consultar ninguém. Nas outras três cidades, houve uma linha, bem mais palatável, e de atuação conjunta. Em Florianópolis, não. Nem os prefeitos de São José, Biguaçu e Palhoça ele consultou.

As cidades, não custa lembrar, são absolutamente conurbadas. Estamos falando de praticamente 1 milhão de habitantes. Há muita gente que trabalha num município e mora no outro. O transporte público é integrado e por aí vai. Ao fim e ao cabo, a pressão vai subindo. Será difícil para o prefeito bancar, sozinho, essas medidas até o fim.

Luto decretado

Com a assinatura da Abrasel  (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) os comerciantes da Capital do Estado decretaram luto na cidade. Faz parte da reação dos empresários e da sociedade em geral contra a nova quarentena decretada unilateralmente pelo prefeito Gean Loureiro. Que deu o canetaço logo depois de ter conquistado importante vitória judicial e de ter se posicionado de forma muito confortável no cenário eleitoral. Conforto que vai sendo queimado como gordura na brasa depois do novo e inexplicável arroxo.

Fora do tom

De fato, a população tem razão para se revoltar. Até o próprio líder do governo, Milton Barcelos (DEM,) partido que hoje abriga Gean Loureiro, já entrou com projeto para suprimir o artigo quarto do decreto do prefeito.

Ali reside a arbitrariedade, o fechamento de vários setores do comércio da Capital de uma hora pra outra.

Errou a mão

Gean Loureiro errou a mão. Há muito contrassenso neste novo decreto. Não dá para nivelar por baixo e buscar a solução mais simples e prática. Shoppings e galerias fecharam. Mas o comércio de rua, está aberto. Restaurantes só podem abrir durante o dia. À noite, é só por delivery. Por quê? O vírus se propaga mais à noite?

O cidadão não pode ir à praia, se banhar e pegar sol. Mas se chegar com um caniço e uma tarrafa, está liberado. Como assim?

Injustiça

O que a Prefeitura tem que fazer, além do diálogo que hoje não existe,  é fiscalizar e punir exemplarmente quem descumpre as normas sanitárias. Agora fazer os bons empresários, que adotaram todos os cuidados, seguindo à risca os protocolos, pagarem a conta, daí já é demais.

Tempo de sobra

Estamos há mais de 100 dias convivendo com a pandemia. E ainda não deu tempo de governo do estado e prefeitura adotarem uma estratégia, a estabelecer novos processos e procedimentos? Um exemplo. Por que nos hospitais públicos não se faz como na rede privada, onde assim que o cidadão é diagnosticado com a infecção do Covid19, ele já é medicado preventivamente, vai para casa e na maioria dos casos não precisa mais voltar ao hospital. Não está fazendo assim ainda na rede pública? Convenhamos.

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