“O preço do leite na ponta vale menos que uma garrafa de água mineral. O nosso produto precisa ser valorizado” – este foi o apelo feito hoje pelo deputado Moacir Sopelsa na abertura de reunião especial da Comissão de Agricultura da Assembleia, que debateu com o setor produtivo as dificuldades enfrentadas em função da estiagem e da crise sanitária imposta pela difusão do novo coronavírus. Os produtores cobram repactuação de créditos e linhas com juros baixos e equiparação tributária com outras unidades da federação. Isso porque Santa Catarina é o quarto maior estado produtor no país, responsável por 11% do leite brasileiro. Há excedente em relação ao consumo interno e dificuldade para vender for a.
Segudo o representante da Aliança Láctea formada pelos estados do sul, Airton Spies, o mercado nacional está estagnado, não há mais espaço para crescimento e a abertura de exportação passa pela produção de um leite de alta qualidade a custos competitivos. “O leite tem grandes potencialidades, mas acabou a era de aumentar a produção para substituir importação. Agora precisamos nos profissionalizar”, diz, sugerindo a necessidade de se formalizar relações entre elos da cadeia produtiva, com o debate de um novo modelo de relacionamento entre o produtor e a indústria.
Santa Catarina produz quase 4 bilhões de litros de leite ao ano, e o setor foi duramente atingido pela estiagem prolongada, com o aumento dos insumos e com com a pandemia da Covid-19, que reduziu mercado em função do fechamento de pontos de comercialização. Somente a estiagem foi responsável pela redução de 44 milhões de litros de leite até maio, o que ocasionou a antecipação