O deputado Moacir Sopelsa fez toda a sua carreira política no MDB, ou antigo PMDB. Foi vereador e prefeito de Concódia, está no sexto mandato na Alesc. Também foi secretário de Estado da Agricultura. Sempre nas hostes emedebistas.
Depois de décadas, Sopelsa tem um pé e meio fora do partido. Só que ele não sabe ainda para onde vai e não saiu da legenda pelo receio de perder o mandato.
A situação do deputado enseja duas alternativas imediatas: se haverá ou não janela para mudança partidária sem que parlamentares coloquem os mandatos em risco ou então pleitear a desfiliação na Justiça.
Sopelsa pode alegar, por exemplo, que ele e Valdir Cobalchini sofrem perseguição política dentro do MDB. Os dois foram praticamente enxotados do partido, tendo ficado de fora da composição da mesa diretora da Alesc e também das comissões permanentes da Casa.
Soma-se a tudo isso a situação do MDB nacional, de desgaste brutal, aliada à falta de liderança, de comando nas fileiras emedebistas no estado.
Moacir Sopelsa faz questão de dizer que o MDB não perdeu a eleição de 2018 para Moisés da Silva. Segundo ele, o partido, perdeu para Gelson Merisio e o PSD, mas, como maior sigla catarinense, tinha obrigação de, no mínimo, chegar ao segundo turno no ano passado. E nem isso conseguiu.
Outra argumentação do deputado: quando ocorreram os episódios em que ele e Cobalchini foram ignorados na Alesc, o comando emedebista se omitiu completamente. É uma crítica direta ao ainda presidente estadual, Mauro Mariani.
Em relação ao governo Moisés da Silva, embora a maioria dos estaduais do MDB tenha se alinhado, Sopelsa diz que só votará com o governo se houver obras e ações na região dele. O deputado não quer cargos e não votará automaticamente com o Centro Administrativo. Analisará caso a caso, pesando se as demandas de sua base serão contempladas ou não.