Sem o menor pudor, seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram, outros cinco magistrados foram contrários, que crimes de corrupção associados à prática do Caixa 2 não devem mais ser investigados e julgados pela necessária severidade e competência da Justiça Federal.
A partir da decisão, que é uma porrada na boca do estômago da Lava Jato e mais um tapa na cara da sociedade, tais crimes, que roubam dinheiro que falta para Saúde, Educação, Infraestrutura e Segurança, passarão à alçada da Justiça Eleitoral. Cuja estrutura é “inexistente”, conforme definição do ministro Luiz Roberto Barroso, um dos cinco resistentes que acabou derrotado pela turma de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowsky e companhia.
Enquanto as forças de Segurança e judiciais federais se especializaram no combate à corrupção e ao caixa dois de campanhas, levando vários corruptos ao xilindró e a perda de mandatos e direitos políticos, a Justiça Eleitoral não tem expertise e nem menor condição de dar continuidade ao trabalho de excelência que estava mudando a cara do Brasil. Qual teria sido a motivação deste sexteto de ministros? Eis a pergunta que não quer calar.
FRASE
“É difícil de entender. E é difícil de explicar para a sociedade por que estamos mudando uma coisa que está funcionando bem para o país.” Luiz Roberto Barroso, ministro do STF.
Tucano
O voto que decidiu a disputa no STF sobre a questão do caixa 2 partiu de Alexandre de Moraes, o nomeado mais recente para a corte e que foi secretário de Justiça de Geraldo Alckmin em São Paulo e ministro da Justiça de Temer. O nome de Moraes chegou a ser cogitado para concorrer ao governo paulista. Pelo PSDB. Seu ex-correligionário, Aécio Neves, deve estar soltando foguetes a esta altura do campeonato.
Quinteto
Já se sabia que Rosa Weber, Carmen Lúcia, Luiz Fux, Luiz Barroso e Edson Fachin votariam para que os processos permanecessem na Justiça Federal.
Também já era de domínio público que outro quinteto, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowsky, Dias Toffoli, Celso de Mello e Marco Aurélio ficariam do outro lado, para alegria da corruptolândia tupiniquim. Daí coube a Moraes desequilibrar o jogo.
Vitória
Esta semana, a Alesc analisou os três primeiros vetos de Moisés da Silva a projetos aprovados no apagar das luzes de 2018. O governador levou a melhor em duas votações. Apenas um veto foi derrubado.
Termômetro?
Foi uma boa largada para o pesselista. Até porque ele estava desfalcado. No dia da votação, os deputados Ricardo Alba, líder da bancada, e Onir Mocellin, líder do governo, estavam em agenda com o governador em Blumenau. Moisés agora começou a sair, viajar e a se articular. Apesar de não ter formado ainda uma base aliada, Moisés está conseguindo dar conta do recado.
Os resultados podem ser tributados ao recall eleitoral do governador e ao seu capital político.
Aliado
Com o PSL desfalcado de dois de seus seis deputados na votação dos vetos de quarta-feira, coube ao PR, com três votos e que forma um bloco com o PSL, suprir a lacuna. Inclusive com o deputado Maurício Eskudlark fazendo a defesa, a argumentação favorável às decisões de Moisés.