A recente história do Estado de Santa Catarina confunde-se com a de inúmeras empresas familiares, que nasceram do nada e tornaram-se grandes potências nacionais, e algumas, até mesmo mundiais.
O DNA dessas empresas tem como característica básica o trabalho árduo do patriarca e de seus herdeiros, que ao longo de décadas, conduziram suas empresas de modo que colaborassem com o desenvolvimento do Estado e da população local, por consequência da geração de emprego e movimentação da economia catarinense.
Todavia, em decorrência desta característica peculiar de gestão familiar, muitas empresas tem encontrado dificuldades em planejar a sucessão do comando.
O patriarca – e gestor da empresa – depara-se com algumas situações distintas na hora de planejar a sucessão: herdeiros que não participam da gestão, mas que participam dos lucros e resultados do negócio; herdeiros que participam da gestão, mas com divergência de pensamento sobre o futuro da empresa; e ausência de herdeiros aptos à sucessão.
Com isso, surgem as dúvidas. Qual a hora de passar o comando? Qual o futuro e destino da empresa?
Os exemplos listados de problema na sucessão, em determinadas ocasiões, acabam por interferir no core business da empresa, passando uma sensação de incerteza aos stakeholders envolvidos, como também, nos resultados da gestão.
Em outras palavras, empresas familiares de sucesso, passam – em alguns casos – por dificuldades de gestão, em decorrência da falta de um planejamento sucessório oportuno.
Visualizando oportunidade nessa dificuldade passageira, players internacionais tem aquecido o mercado de fusões e aquisições no Brasil. Em 2015, boa parte deste movimento foi fomentado por conta da desvalorização do Real em relação ao Dólar e ao Euro.
Aqueles que compram, buscam como resultado a aquisição de mercado já consolidado em território nacional/regional, como também a aplicação de uma gestão mais profissional, à fim de buscar melhores resultados, implementando um verdadeiro turnaround na empresa adquirida.
Já os vendedores, encontram como solução, a realização financeira do negócio, ou seja, resolvem o dilema da sucessão capitalizando patriarca e herdeiros, possibilitando assim, a participação e a organização de novos negócios e investimentos.
Como prêmio, ainda há – por parte dos vendedores – a fuga dos cenários de insegurança jurídica e da avalanche fiscal que soterra os empresários.
Raphael Francalacci Schambeck Luz – Advogado tributarista, consultor de empresas no setor de M&A e sócio da Maeri Consulting.