As cadeias produtivas da carne, em Santa Catarina, são extremamente avançadas, respeitam e protegem os recursos naturais. A produção a campo é de alta sustentabilidade e obedece a todos os preceitos da legislação ambiental. A produção pelo sistema de integração assegura estabilidade à família rural. As unidades de abate e processamento de aves e suínos operam com sistemas de tratamento de efluentes e não geram resíduos contaminantes. A tecnologia empregada nas empresas catarinenses (no campo e nas unidades fabris) é a mesma das indústrias de processamento de carne dos países mais avançados.
A legislação ambiental é integralmente respeitada pelos produtores rurais e pelas indústrias de carne suína e de aves para evitar danos ao ambiente durante o processo de produção. A indústria trabalha com produtos, co-produtos e subprodutos. Todos eles possuem utilidade no processo produtivo e têm o seu valor comercial relativo, ou seja, procuramos aproveitar tudo o que é gerado na produção.
A sustentabilidade tornou-se um caminho sem volta para os criadores e as indústrias em favor de uma gestão mais responsável. A agroindústria já incorporou os aspectos de sustentabilidade e caminha muito próxima a comunidade local, onde está situada. Cada vez mais a sociedade está alerta para a gestão responsável e nos cobra ações sustentáveis. Os chamados “stakeholders” – sociedade, acionistas, investidores, fornecedores, clientes, consumidores, ONGs, Universidades – participam de forma ativa e influenciam diretamente a gestão da cadeia produtiva.
Na realidade o setor por si próprio tem aspectos importantes de sustentabilidade. Basta analisar o índice de desenvolvimento humano (IDH) nos municípios que possuem agroindústria e sistemas de integração. São superiores a média brasileira. O sistema oportuniza que empresários rurais de todos os portes, possam exercer sua vocação, agregando valor à cadeia produtiva, convertendo a proteína vegetal em proteína animal. A agroindústria traz tecnologias de ponta – desde a genética, alimentação animal e assistência técnica, colaborando com uma produção cada vez mais sustentável, ou seja, maximizando os recursos usados e produzindo cada vez mais. Produtores rurais e indústrias, na condição de principais elos, apoiam a cadeia produtiva na busca de soluções inteligentes, visando o cumprimento da legislação. A sustentabilidade é uma jornada sem volta e sempre há espaço para a introdução de melhorias.
Em artigo anterior destaquei, com entusiasmo, o surgimento do Licenciamento por Adesão e Compromisso (LAC), uma inovação prevista na Resolução Consema nº 98 de 2017. O LAC será efetuado em meio eletrônico, em uma única etapa, através de declaração de adesão e compromisso do empreendedor, mediante critérios e condições estabelecidas pelo órgão ambiental licenciador, no caso o Instituto do Meio Ambiente (IMA). Infelizmente, já há manifestações contrárias, mas, o fato é que em médio prazo, o LAC beneficiará diretamente a cadeia produtiva da carne – especialmente a de aves e de suínos – que representa um importantíssimo segmento da economia brasileira e catarinense, em termos de produção sustentável de riquezas, geração de empregos e contribuição tributária.
José Zeferino Pedrozo, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)
e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).