O Governo do Estado terá que adequar seu modelo de descentralização administrativa, conforme determinação do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC). A decisão do órgão é embasada em auditoria operacional realizada pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE) do tribunal. O TCE/SC quer, por exemplo, que o Governo reavalie a quantidade de Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) espalhadas pelo estado. Além disso, deverá ser regulamentada a forma de nomeação dos gerentes regionais das ADRs, amparada em critérios técnicos de experiência e formação profissional.
O Tribunal de Contas também cobra a promoção de políticas diferenciadas, para equilibrar o desenvolvimento socioeconômico estadual, atendendo principalmente as regiões de menor índice de desenvolvimento humano (IDH). O Tribunal dá um prazo de 90 dias, a partir publicação da decisão no Diário Oficial Eletrônico do TCE/SC, que deverá ocorrer no dia 14 de fevereiro, para que o Governo apresente um plano de ação, com atividades, prazos e responsáveis para o cumprimento de 11 determinações e a implantação de seis recomendações.
Para ilustrar, Ferreira Jr. citou o alto percentual de gastos com a manutenção da estrutura das agências regionais, em detrimento das despesas com funções finalísticas, o reiterado contingenciamento de crédito nas unidades descentralizadas e a não adoção de fundamentos técnicos ou de critérios na definição da quantidade de ADRs.
O relator também revelou que a quase totalidade (99,9%) dos projetos apresentados aos Conselhos de Desenvolvimento Regional não priorizam ações estratégicas das regiões e que não há desenvolvimento regional equitativo sob o aspecto populacional.
A decisão do tribunal, relatório e voto do relator, o relatório técnico da DAE e o parecer do Ministério Público junto ao TCE/SC foram entregues ao governador do Estado, João Raimundo Colombo, e ao presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio, em 19 de dezembro.