Coluna do dia

Temer e Itamar

Temer e Itamar

Os movimentos mais recentes do vice-presidente da República, Michel Temer, sinalizam claramente para um distanciamento calculado do Planalto, de Dilma Rousseff e do PT.

Após recusar o apelo da ex-mãe do PAC para continuar na articulação política, o peemedebista deu uma declaração bombástica durante evento com empresários em São Paulo na quinta-feira à noite. Afirmou, com todas as letras, que se a presidente continuar com os índices de popularidade na casa do dígito único, “ninguém vai resistir três anos e meio.” E emendou o prócer do Manda Brasa. “Se continuar assim, eu vou dizer a você, 7%, 8% de popularidade, de fato, fica difícil.”

Michel Temer lembra Itamar Franco. Em 1992, o vice, percebendo a queda iminente de Fernando Collor, manteve distância do titular para tornar-se uma alternativa viável. E assumiu a presidência após a renúncia do alagoano. Além da declaração ácida do atual vice, na sexta-feira a mídia nacional destacou que metade dos 67 deputados federais do PMDB já se posicionam, nos bastidores, a favor do impeachment de Dilma.

 

 

Corda bamba

Não por acaso, Dilma Rousseff chamou os ministros da área econômica, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, também na quinta. Conseguiu segurar o titular da Fazenda. A saída dele, somada ao afastamento de Temer, poderia ser fatal para a petista.

 

 

O salvador

Na mesma quinta-feira, só que à noite, Lula da Silva apareceu no Palácio do Planalto. Sintomático. Está tentando segurar sua criatura no cargo, missão cada dia mais difícil em função da deterioração dos quadros econômico e político do país.

 

 

Compras

Na reunião do Parlasul (colegiado que reúne deputados do Sul), esta semana, em Porto Alegre, uma das prioridades do grupo foi dar celeridade à implantação de free shops nas cidades de fronteira. Em Santa Catarina, Dionísio Cerqueira seria contemplada. O tucano Leonel Pavan é vice-presidente do Parlasul.

 

 

Questionamento

Leitor Jaime Nuss, de Guabiruba, se manifestou à coluna acerca da nota nepotismo, publicada esta semana, relatando o caso de Campos Novos, onde o prefeito teve que exonerar a esposa e a mulher do vice. Por determinação do Ministério Público. Em Guabiruba, informa ele, houve caso semelhante em 2014 e o MP arquivou a denúncia. “Não é o mesmo Ministério Público?” pergunta Nuss.

 

 

PP no governo

Ex-deputado Reno Caramori é o nome para presidir a nova agência reguladora de SC, a Aresc. Sua investidura, ainda sem data definida, marcará, de fato, a entrada do PP no governo Colombo. O partido já tem cargos, mas nenhum de primeiro escalão.

 

 

CPI do futebol

Autor dos livros que subsidiaram as investigações do FBI (Polícia Federal americana) e que culminaram com a prisão de diversos cartolas este ano, o jornalista escocês Andrew Jennings, da BBC de Londres, deu seu depoimento à CPI do Futebol no Congresso.  O requerimento para trazer o britânico foi protocolado pelo senador Paulo Bauer.

 

 

Roubalheira

Para Jennings, a corrupção que tomou conta da Fifa nasceu a partir de dirigentes brasileiros. Referência clara a João Havelange e Ricardo Teixeira. Coube a Bauer fazer o link com as suspeitas de negociatas grossas na realização da Copa do Mundo no ano passado. “Ficou claro que, para sediar uma Copa, a FIFA impõe condições prejudiciais ao país-sede. É nítido que o PT se aproveitou da situação, desde o governo Lula, no mínimo dentro do campo político, com o anúncio da Copa, com a construção dos estádios e com a realização do evento”.

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