A convenção nacional do PMDB está agendada para março deste ano. Já se sabe que, pelo contexto atual, pelo menos dois grupos vão se enfrentar pelo comando do partido: o de Michel Temer, o vice-presidente que se assentou na proa peemedebista há 10 anos e que se distancia do governo; e o do senador Renan Calheiros, presidente do Senado e aliado que vem demonstrando fidelidade canina ao Palácio do Planalto.
Renan quer desalojar Temer e eleger outro senador, Romero Jucá, homem de sua confiança.
O teste de fogo que vai anteceder o pleito no Manda Brasa será a eleição para o novo líder do partido na Câmara, em fevereiro. Menino de ouro de Dilma e do governo, o deputado Leonardo Picciani vai tentar novo mandato. E a ala não alinhada articula para apresentar um nome da bancada de Minas Gerais, que, embora dividida, é a maior e não demonstra simpatia pela ex-mãe do PAC. Com duas eleições tão estratégicas à vista, o fiel escudeiro de Michel Temer, Eliseu Padilha, mandou avisar que o vice-presidente vai botar o pé na estrada.
Percorrerá o país sob o pretexto de mobilizar a legenda com vistas ao pleito municipal de outubro. Mas o pano de fundo serão as costuras para derrubar Picciani da liderança e renovar a presença de seu grupo à frente do maior partido brasileiro. A conferir como vão se comportar os seis deputados federais do PMDB catarinense, onde há cinco em sintonia com Temer (pelo menos até segunda ordem) e um, Celso Maldaner, alinhado ao PT.
Foto: Pedro Ladeira, Folhapress, arquivo