Blog do Prisco
Coluna do dia

Temer não vem

O presidente Michel Temer transferiu, para data incerta (fala-se em abril), a visita que faria a Santa Catarina nesta sexta-feira,  17. O principal evento previsto era a inauguração da elevação das barragens do Alto Vale do Itajaí, obra importante para a contenção de cheias, que há séculos assolam a região.

No comunicado oficial, não houve qualquer explicação sobre o que teria motivado o cancelamento, só um aceno para uma nova data no mês que vem. Nos bastidores, comenta-se que a divulgação da segunda lista de Janot), denunciando altíssimas figuras da República com base nas delações da Odebrecht e no contexto da Lava Jato, levaram o staff presidencial a suspender o périplo de Temer pelo território catarinense.

No começo da noite de terça-feira, começaram a vazar os primeiros nomes, apesar do “sigilo” que ainda envolve o pacotaço enviado ao STF pela Procuradoria. São 83 políticos denunciados, entre eles, cinco ministros de Temer. Dois deles, os notórios Moreira Franco e Eliseu Padilha, são amigos e íntimos do presidente há décadas.

 

Tripé

PT, PSDB e PMDB estão no topo da segunda lista de Janot, o maior pedido de investigação de autoridades da história deste país.

 

Ex-presidentes

Lula e Dilma, obviamente, estão entre aqueles suspeitos que o Ministério Público e a Polícia Federal pretendem investigar.

 

Tucanos

Aécio Neves e José Serra, dois presidenciáveis do ex-ninho da probidade, estão na mira de Janot e da Lava Jato. O primeiro, aliás, já se sabia de antemão que dificilmente sairia inteiro das investigações. Serra “apareceu” depois. Se for confirmado o nome de Geraldo Alckmin, e dependendo do teor dos indícios contra ele, o tucanato ficará depenado quando o assunto é candidato a presidente.

 

Bico grande

Recém-empossado no cargo de ministro das Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes Ferreira é outro tucano ilustre a engrossar a lista dos suspeitos de Janot.

 

Cargos estratégicos

Como contaminação por corrupção pouca é bobagem, também estão na linha de tiro os presidentes das duas Casas Legislativas, Rodrigo Maia (Câmara) e Eunício Oliveira (Senado). Ambos eleitos com apoio do Planalto.

 

Recado a Colombo

Na sessão ordinária de terça-feira, o líder do PMDB na Assembleia, Mauro de Nadal, orientou a bancada a votar em bloco pela derrubada de quatro vetos de Raimundo Colombo a projetos oriundos da Casa. Ou seja, os peemedebistas votaram em massa contra o governo.

 

Vitória

Dos quatro, apenas um veto foi derrubado. O projeto de Lei Complementar do deputado Antônio Aguiar, que determina que as aulas de Educação Física devem ser ministradas exclusivamente por profissionais com licenciatura na área. Vale para a rede estadual de ensino e vai virar lei promulgada. O veto do governador foi derrubado por 30 a 1. Só o líder Darci de Matos ficou ao lado do Centro Administrativo.

 

PP e PMDB

Já o veto ao PL 591/2013, do deputado José Milton Shceffer (PP), foi mantido. Na bacia das almas. Propunha que as contas dos serviços públicos estaduais relativos aos hospitais filantrópicos ganhassem isenção de ICMS. O placar foi de 20 sufrágios pela derrubada do veto e apenas sete pela sua manutenção. Faltou um voto para o Executivo sofrer a segunda derrota do dia. Neste caso específico, a bancada do PMDB apoiou iniciativa de parlamentar do PP. Sinal dos tempos!