Manchete

Temperatura política em elevação

Enquanto o clima de outono torna as temperaturas ambientes mais amenas em Santa Catarina, o termômetro da política mostra que o clima vai esquentando no estado. Paralelamente ao projeto, complexo, da reforma administrativa, o Centro Administrativo embutiu na Lei Orçamentária a proposta de redução de 10% no duodécimo dos poderes (o valor mensal que o Executivo repassa a TJSC, MPSC, Alesc, TCE e Udesc.)

Moisés da Silva já deu declarações mais duras em relação a esse ponto, gerando desconforto nas demais instituições. Partiu para o enfrentamento e afirmou que pretende não receber a devolução de valores para descontar no ano seguinte as sobras. E que projeta usar os R$ 400 milhões de economia na Saúde.

Deselegância

O governador informou os chefes dos demais poderes de suas intenções pela imprensa. Assistindo uma partida de futebol num domingo e vestindo a camisa do Brasil. Não tem cabimento. Postura muito mal recebida entre as instituições, sendo vista como falta de consideração.

Efeito contrário

Outro aspecto nessa guerra. Se for assim, os poderes não vão devolver mais nada ao Executivo. Usarão todos os recursos. Sem sobras, não haverá devolução nem tampouco contingenciamento de valores no ano seguinte. O tiro de Moisés da Silva pode sair pela culatra.

Incoerência

Sem falar na incoerência do discursos do governador. Por um lado, ele avisa que quer economizar R$ 400 milhões reduzindo o repasse aos poderes. Em outra frente, contudo, o governo atua fortemente na área jurídica, por meio de uma Adin no Supremo, para não cumprir a mudança na legislação estadual que aumenta de 12% para 15% por ano a fatia da Saúde no orçamento estadual. Uma retração estimada em R$ 600 milhões se o percentual ficar nos 12% pretendidos pelo Centro Administrativo. Ou seja, não há coordenação entre os discursos e as ações.

Derrota

Outro ponto sobre a Saúde. Vale lembrar que o governador vetou a emenda que garantiu mais R$ 180 milhões aos hospitais filantrópicos do estado dentro do Orçamento da pasta. Os deputados derrubaram a canetada de Moisés da Silva.

Rua vazia

Esse tipo de investida do governador muito provavelmente não levará o povo às ruas, como talvez estejam raciocinando alguns governistas. A população costuma sair de casa por problemas no orçamento doméstico ou em função das grandes questões nacionais.

Data

O MDB marcou para dia 1 de junho a convenção que definirá os novos Diretório e Executiva estadual da sigla. Os emedebistas também validaram um movimento, que será liderado por Santa Catarina, para construção de uma chapa, conjunta com outros estados, para participar da convenção nacional do partido, marcada para o dia 4 de setembro deste ano. De acordo com o presidente Mauro Mariani, o MDB Santa Catarina detém 10% dos delegados do partido. Senador Dário Berger e o deputado federal, Celso Maldaner, foram incumbidos de encabeçar o movimento.

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