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Tempo também é inimigo da carne de SC

Embora o paciente (cadeia produtiva da carne) ainda esteja prestes a dar entrada na UTI, o quadro começa a dar leves sinais de melhora.  Em duas frentes. A mídia nacional já mudou o discurso, aproximando-se um pouco da realidade; alguns países – como o Japão -, seguindo o exemplo da Coreia do Sul, estão reavaliando os embargos já impostos. Informação repassada por Raimundo Colombo, que se encontrava ontem no circuito Brasília-São Paulo.

“Nossa expectativa é que isso (a suspensão dos negócios com a carne nacional) seja passageiro, muito curto. Mas estrago vai haver”, projetou o governador.

O fato é que se os embarques e desembarques não forem retomados com alguma normalidade até sexta-feira, toda a cadeia começará a sentir na pele os efeitos. Dia 24, completará uma semana da deflagração da Operação Carne Fraca. Este é o período que o ciclo produtivo “aguenta” em termos de produção e estocagem. Passados sete dias, se o produto não for escoado pelas vias já estruturadas (e muitas foram interrompidas) é preciso encontrar alternativas. Que geralmente são extremas!

 

Prejuízos em cadeia

O sacrifício em massa e o barateamento excessivo do preço nas gôndolas catarinenses e brasileiras seriam duas soluções. Mas drásticas. Caso se concretizem, elas colocam o sistema todo na rota da quebradeira e do fechamento, também em massa, de postos de trabalho! Aí começaria o desastre temido por 11 em cada 10 autoridades, empresários, trabalhadores, enfim, de todos os envolvidos nesta indústria complexa.

Números

Santa Catarina exporta para 150 países. O agronegócio como o conhecemos hoje começou a tomar forma por aqui há mais de 50 anos. No Japão, 90% da carne de frango é brasileira. A maior parte desse produto é de origem catarinense. Mais de 70 mil famílias têm em suas propriedades pelo menos um galinheiro ou chiqueiro. São mais de 100 mil empregos diretos. O agronegócio representa 29% do PIB de SC. A venda de carnes representa 15%, são US$ 36 bilhões por ano; e as exportações desses mesmas proteínas representam 5% da riqueza produzida no Estado.

Frase

“Muitos países estão compreendendo, outros estão exigindo mais. A imagem (da carne brasileira) foi afetada. A própria autoridade pública diz que você misturou papelão com  carne, que estava podre. Não tem como as pessoas não adotarem posição de cautela. Mas não era verdade isso, essa é a nossa posição. Isso está ficando claro”. Raimundo Colombo.

Refluxo

Notícia alvissareira. Depois da reunião de ontem com o ministro Blairo Maggi (Agricultura), o governador anunciou que o Japão decidiu manter o embargo apenas à produção dos 21 frigoríficos sob suspeita. Dos demais, a comercialização está liberada.

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