Tendência de saída
O senador Dário Berger tem tudo para cair fora do MDB. Primeiro porque é um especialista em trocar de partido. Vai para sua sétima legenda. O mais curioso é que desta vez ele estava bem no Manda Brasa. Disputou a presidência. Se ganhasse, ótimo, ficava de presidente e continuava na sigla. Como agora perdeu o controle do partido e não tem qualquer garantia de sua candidatura ao governo em 2022, quando seu mandato estiver terminando, Dário vai sacudir a poeira.
Para não sair sozinho, o senador tentará dissuadir os dois deputado estaduais dissidentes, Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa, a seguirem como ele a uma legenda.
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, já fora do MDB, tem tudo para filiar-se ao Podemos, pilotado agora em Santa Catarina por Paulo Bornhausen. O alcaide muda de endereço como parte da estratégia de buscar a reeleição. Ele e o senador do MDB, que já foram muito próximos, estremeceram as relações.
Socialista
Para Dário Berger, o desfecho mais provável será o PSB, que era o partido de Bornhausen até abril, mas que agora deve ficar por aqui sob os auspícios de Carlos Amastha, que saiu corrido de Florianópolis na década passada. O empresário era dono do Shopping Florianópolis e foi investigado por licenças fraudulentas.
Norte
Amastha mudou-se para o Tocantins. Foi seis anos prefeito de Palmas, a capital do estado, renunciou para disputar o governo e perdeu. Sem mandato, agora o colombiano quer voltar à capital de Santa Catarina, onde poderia ter a companhia do ainda senador emedebista e sua “seleta” república de São José.
PR tem dono
Pelo PSB, Dário Berger poderia tentar uma candidatura ao governo, espaço que ele não teria, por exemplo, no PR, que está virando PL, pilotado em SC por outro senador, Jorginho Mello. Ele não tem nada a perder e virá ao governo em 2022, quando completará a metade de seu mandato na Câmara Alta.
Reforço
Caso queira instalar-se no PL, Dário provavelmente teria a receptividade de Jorginho. Mas chegaria para reforçar as fileiras da legenda sem sentar na janelinha logo de cara.
Investigação
Toda essa movimentação política ocorre em meio à Operação Alcatraz, da Polícia Federal, que poderá implicar em outros desdobramentos políticos aqui no estado.
Pé e meio fora
Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa não tem participado mais de atividades no MDB. Ficaram desgostos com o então presidente do MDB, Mauro Mariani, que foi omisso na questão relacionada à disputa pela presidência, a participação dos emedebistas na mesa e até a participação deles nas comissões. Afinal, os dois foram alijados nas duas frentes.
Digitais
Os dois deputados estaduais também estão decepcionados com Eduardo Moreira. Descobriram ele foi quem fez o jogo todo em favor de Mauro de Nadal, atual primeiro vice-presidente da Assembleia. O ex-governador articulou para excluir Cobalchini e Sopelsa de todo o processo de recomposição da Alesc na nova legislatura.
Corte
O presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), João Joaquim Martinelli, manifestou posição favorável da entidade à redução do repasse mensal do Governo do Estado aos demais poderes, o chamado duodécimo. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tramita na Assembleia desde abril, e é a base do orçamento a ser executado no ano seguinte. O assunto segue rendendo nos bastidores do poder estadual.