Coluna do dia

Tensões virtuais

Não poderia ter sido mais turbulenta a primeira semana pós-eleições no Brasil. Uma verdadeira avalanche de manifestações, muitas usando métodos que os defensores da liberdade sempre condenaram, tomou conta do país.
Sem um líder ou líderes identificáveis e sem uma pauta definida. Foram espontâneas, o que certamente perturbou o sossego de muita gente boa neste país.
O caminho da contestação, evidentemente, não é via bloqueio de rodovias e nem por paralisações no comércio.
No domingo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que dos 1.023 bloqueios registrados Brasil afora, apenas um permanecia.
Ou seja, as estradas estão liberadas e a vida vai se normalizando. Natural.

Não pode

Aqui cabe a abertura de um parêntese. O que não é natural, nem aceitável e muito menos democrático, é a sequência da censura imposta por quem ousa questionar o já mitológico sistema eleitoral brasileiro. Pior ainda se alguém ousar levantar uma dúvida sequer sobre algumas supremas togas.

Canetada

O cala-boca é certo. Rápido e rasteiro. Só se pode falar o que determinadas cabeças definirem. Ponto. A censura está implantada e funcionando a todo vapor. Contas na internet são suspensas de uma hora para outra sem qualquer justificativa clara e sem o menor direito ao contraditório. Palmas a todos os envolvidos. Fecha parêntese.

Alto lá

Agora também é líquido e certo que não dá para se falar e muito menos defender uma intervenção militar sem provas claras, cristalinas de manipulação de resultados eleitorais.

Provas é preciso

Há muitas suspeitas, muitas análises, muitos achismos e nenhuma materialidade de suposta fraude até aqui.
Sem isso, segue o baile com as equipes de transição já atuando no Brasil e em Santa Catarina.

Conta chega

Pra quem ainda não entendeu o que está acontecendo, continua repercutindo, sobretudo nos bastidores da política e do Judiciário, o cala-boca que a população e os visitantes de Porto Belo deram numa das excelências togadas biônicas do Brasil.

Comeu cru

Luís Roberto Barroso, um dos notórios ministros-militantes do STF, não conseguiu terminar o jantar com familiares na semana passada no município do Litoral Norte.

Rescaldo

Ele tem um imóvel na cidade litorânea de Porto Belo e foi reconhecido em um restaurante do badalado Bairro Perequê. Manifestantes foram se reunindo em frente do estabelecimento e começaram a gritar palavras de ordem, como “Supremo é o povo”, e a xingar a suprema toga.

De fininho

Quando a Polícia Militar chegou ao local, Barroso já tinha deixado o estabelecimento. Mas o trabalho para os policiais não terminou. Um grupo ainda maior de pessoas foi ao endereço do ministro e os protestos e xingamentos prosseguiram. O tumulto só se encerrou por volta das 4h da madrugada desta sexta.

Calma

A coluna não concorda e condena ameaças e palavras de baixo calão dirigidas a quem quer que seja. Não é o caminho. O contexto atual, contudo, infelizmente aponta para o acirramento dos ânimos diante das reiteradas canetadas inconstitucionais e político-partidárias de algumas excelências supremas. A conta uma hora chega. Sempre chega.

Twitter

Até o bilionário Elon Musk, que acaba de comprar a rede social por módicos R$ 235 bilhões, está espantado com a estrutura de censores e alcaguetas montadas para calar a boca de quem não reza na cartilha canhota neste país. Vergonha pouca é bobagem.

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