Blog do Prisco
Coluna do dia

Tibieza vermelha

Santa Catarina conta com 295 municípios. Temos cidades de pequeno, médio e grande porte. Entre as principais, poderíamos relacionar de 12 a 15 municípios. Que representam pouco mais da metade do contingente eleitoral catarinense.
No pleito passado, o número total de eleitores bateu na casa dos 5,5 milhões. O PT, partido dos trabalhadores, não administra um município sequer entre esses 15 maiores. Nada, zero.
No Oeste, onde se concentram os votos mais fieis dos petistas, é a mesma coisa. Nenhuma cidade mais expressiva é pilotada pelo PT.
Quem acaba pegando uma carona já histórica nestes municípios com eleitorado de perfil mais canhoto é o MDB, elegendo especialmente prefeitos de pequenas e médias cidades.

Quinteto

Em 2018, o PT elegeu cinco deputados. Um federal, Pedro Uczai, quatro estaduais, quarteto reeleito em 2022 (Neodi Saretta, Luciane Carminatti, Padre Pedro e Fabiano da Luz). Ou seja, a bancada na Alesc foi preservada.

Sexteto

Entre os 16 federais, Pedro Uczai renovou o mandato no ano passado, mas o partido ganhou outra cadeira com Ana Paula Lima elegendo-se. Há quatro anos e meio, havia faltado um voto para ela chegar lá.

Oestinos

Os cinco reeleitos pelo PT são do Oeste. O partido acrescentou uma representante do Vale do Itajaí. Na majoritária, ante a boa apresentação e estofo de Décio Lima, o partido quebrou um paradigma e foi para o segundo turno em 2022.

Parceria

O catarinense é amigo e compadre de Lula da Silva, o que lhe favoreceu no contexto da votação entre os eleitores antibolsonaristas, mas não necessariamente petistas de carteirinha.
Lula e Décio bateram na casa dos 30% dos votos no segundo turno em Santa Catarina.

Decisivo

A dobradinha federal a favor de Décio ajudou-lhe a impor pequena, mas decisiva vantagem sobre o ex-governador Moisés da Silva.

Lado

No round decisivo, os eleitores de centro e de direita descarregaram em Jorginho Mello, que se transformou no candidato bolsonarista em SC.

Quarteto

Vale lembrar que houve outras quatro candidaturas de primeiro turno neste espectro político. Além de Moisés, tivemos Gean Loureiro, Esperidião Amin e Odair Tramontin. Somando-se o projeto do hoje governador, eram cinco opções contra apenas uma de esquerda com viabilidade eleitoral, justamente a de Décio Lima.

Ventos

Todo esse contexto foi decisivo para o sucesso dos petistas na majoritária em 2022. De modo que na próxima eleição, em 2026, o PT terá que ser um pouco mais assertivo. Além de ampliar o número de prefeitos catarinenses e também de vereadores petistas, cuja representação é quase irrelevante no território estadual.

Lastro

Sem base, convém lembrar, fica difícil para uma nova investida consistente na eleição estadual de 2026. Em que pese o fato de Décio Lima estar à frente do poderoso Sebrae, que tem orçamento de R$ 5,5 bilhões este ano. A proa da entidade nacional pode ajudar o próprio Décio lá adiante e certamente será usada para tentar reforçar a presença petista nos municípios a partir da eleição de 2024.

Dúvida

Mas não dá pra afirmar que haverá uma explosão de votos pelo simples fato de o PT estar no poder central e o catarinense Décio pilotando o rico Sebrae. Em 40 anos de história, o PT chegou mais perto do governo catarinense agora em 2022.

Onda

A sigla já administrou cidades grandes como Joinville, Blumenau e Chapecó. Nestas duas últimas, foram oito de mandato para Décio Lima e José Fritsch. Todas cidades conquistadas na primeira década do século. Os petistas, registre-se, nunca mais voltaram ao poder nas grandes cidades de SC.