Para longe do Fla x Flu da guerrilha virtual ideológica que toma conta deste país, dá pra projetar, com tranquilidade, que a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, encontro pilotado pelo presidente da República, surtiu sim efeito imediato: fortalecer Jair Bolsonaro perante seu eleitorado e à opinião pública não-militante. Isso pode render votos ao presidente lá adiante. Então, também se pode afirmar tranquilamente que os que quiseram alvejar o chefe da nação a partir dessa manobra estão vendo o tiro sair pela culatra.
A gravação mostra Bolsonaro em estado puro, falando seus palavrões, meio sem foco às vezes, apressado, mas sendo exatamente quem ele é: eleito com 57 milhões de votos em 2018 justamente nessa toada.
A conferir os desdobramentos, mas política e juridicamente não parece que haverá muito o que fazer a respeito. Bolsonaro não cometeu nenhum “crime” durante a reunião.
Na mosca
Pelo contrário. Cobrou seus ministros – pode-se questionar a forma e só – e em vários momentos os vídeos agora editados vão fazendo o delírio de apoiadores e simpatizantes. Como na parte em que ele diz que não está nem aí para a reeleição e que precisa dar uma resposta, fazer alguma coisa, pelas pessoas.
Circo
Impossível não se manifestar sobre o papel, ou melhor, papelão do ministro Celso de Mello, do STF. Aliás, trata-se do decano da corte. Com o desfecho desta pantomima, ficou claro que os deputados que procuraram e provocaram o magistrado já estavam de caso pensado na tentativa de desestabilizar o presidente. As ações de Mello não são papel constitucional de um juiz, muito menos do Supremo.
Meio caminho
Ele deveria ter se declarado impedido de analisar o pedido dos deputados oposicionistas. Mas não. Não só despachou, liberando o vídeo, como também teve a cara de pau de mandar tudo para o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, este sim o titular de direito do inquérito em curso. Que agora já pega a missa no mínimo pela metade. Uma vergonheira só.
Abertura do cofre
A importância econômica e social das cooperativas catarinenses ganha realce nesse estágio em que a pandemia do novo coronavírus atinge todos os setores da atividade profissional e empresarial. As cooperativas distribuíram nesse ano – em razão das receitas totais obtidas no ano passado – cerca de 1 bilhão de reais aos associados. A informação é da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).
Hora da verdade
Nesta semana que se inicia, a CPI dos Respiradores vai ouvir personagens-chave no escandaloso processo de compra dos 200 respiradores chineses por R$ 33 milhões sem qualquer garantia.
Os ex-secretários Douglas Borba (Casa Civil) e Helton Zeferino (Saúde) e a servidora Márcia Pauli. Temperatura pode subir bastante. Será que chegará ao ponto de fervura? A conferir.
Palanque
Lula da Silva, depois dos meses de xilindró – que muitos consideram que deveriam ser estendidos – voltou a fazer somente o que fez nas últimas três décadas: discursos e movimentos eleitorais. Não importando se o período é eleitoral ou não.