Vai esquentando ainda mais o clima entre o governador e prefeitos de Santa Catarina.
Depois que Moisés da Silva declarou que chegou a hora dos alcaides assumirem a responsabilidade “assim como eu assumi.” Ele faz alusão ao decreto de quarentena que assinou lá na segunda quinzena de março, com medidas duríssimas ante o início da pandemia no estado. Ou seja, é Moisés mais no papel de outro personagem bíblico, Pilatos, aquele que lavou as mãos.
Ato contínuo, o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, que acaba de determinar novo lockdown na Cidade Azul em acordo que se estendeu para a maioria das cidades da Amurel, desceu a borduna em Moisés.
Cobrou a implantação dos leitos de UTI prometidos para Tubarão, Laguna e Braço do Norte, por exemplo, e que segundo o prefeito, ainda não aconteceram. “Aqui em Santa Catarina é muita mentira,” disparou ele, referindo-se, ainda, às acusações que partiram do Centro Administrativo dando conta de que haveria prefeituras recusando leitos por birra política. Para Ponticelli, o estado está “à deriva.”
Berço
Tubarão, cidade hoje pilotada por Ponticelli (ex-presidente da Alesc e ex-presidente da Fecam), foi onde Moisés da Silva construiu a maior parte de usa vida profissional e também pessoal.
É um jogo de empurra que está em temperatura elevada, mas que não leva a lugar algum. No meio disso tudo existe uma sociedade desorientada e à mercê do vírus!
Eleições 2020
Paralelamente à questão do Covid19, Moisés da Silva começa a fazer movimentos políticos e administrativos com vistas ao pleito municipal de novembro.
Está apostando no nome do jornalista Gonzalo Pereira como possível candidato a prefeito de Florianópolis pelo PSL. Trata-se de um enorme desafio viabilizar uma candidatura pra valer neste curtíssimo espaço de tempo. Não dá pra imaginar que Pereira será em 2020 a versão municipal de Moisés lá de 2018. Até em função do brutal desgaste sofrido pelo governador nestes tempos de pandemia, escândalo dos respiradores e outras situações.
Oi, MDB
Moisés e Gonzalo Pereira podem estar pensando em atrair o apoio do MDB. O jornalista tem ligação histórica com o partido. Também foi secretário de Comunicação no último ano da gestão Colombo/Moreira, quando o emedebista Eduardo Pinho Moreira comandou o governo catarinense.
Se for essa a estratégia, é pouco provável que dê resultado. Consta que o MDB da Capital tem outros planos para as eleições. A conferir a evolução do quadro.
Liderança complicada
Segue a novela da liderança do governo na Assembleia Legislativa. Paulinha da Silva (PDT) já sinalizou que não deve continuar na função, onde, registre-se, não conseguiu qualquer desempenho significativo. Parcela considerável desse resultado provém da péssima relação do governador com o Legislativo, exceção feita a um ou outro deputado. Um desses é o experiente Zé Milton, do PP.
Geleia geral
Novamente, ele entra na mira para aceitar o desafio. Essa movimentação também visa a dar a Moisés da Silva algo parecido com uma base de apoio na Alesc. Até mesmo pesando em evitar um hipotético impeachment. Hoje, calcula-se que haveria cerca de 30 votos pela degola do governador. Para se garantir no cargo, ele precisa do apoio de no mínimo 14 dos 40 deputados estaduais.