À medida em que se aproxima o emblemático dia 2 de outubro, o clima vai esquentando na luta pelo poder em Santa Catarina.
A corrida sucessória estadual vai ganhando capítulos mais agudos, digamos assim. Nos últimos dias, os cinco principais candidatos ao governo – Jorginho Mello (PL), Moisés da Silva (Republicanos), Esperidião Amin (PP), Décio Lima (PT) e Gean Loureiro (UB) – estão acionando a metralhadora giratória. Senão, vejamos.
Esperidião Amin começou a chamar a atenção do distinto público para a questão do número e os seus representantes. O ex-governador e atual senador tem dito para o eleitorado evitar somente o voto no número do candidato. Ele lembra de 2018, quando o sufrágio casado para presidente e para governador guindou o então desconhecido Moisés ao cargo máximo do poder catarinense. Agindo assim, Amin tenta dissuadir o eleitor a repetir apenas o número de cima abaixo neste ano e manda um recado ao atual inquilino do palácio residencial, o grande beneficiário da onda de 2018.
Na mesma balada, Jorginho Mello anunciou sua fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro, acrescentando que não fará como Moisés da Silva, que se elegeu na movimentação de quatro anos atrás e deu as costas ao chefe da nação. O candidato do PL vai além.
Delegada de vice
Jorginho tem dito que tem honra em contar e apresentar uma mulher, a delegada Marilisa, como companheira de chapa, diferentemente de outros candidatos.
Quem?
Aí Jorginho embutiu uma alfinetada a Gean Loureiro, aludindo a Eron Giordani (PSD), o postulante a vice do ex-prefeito da Capital. Giordani foi o primeiro ministro de Moisés por um ano e meio, atuando como secretário da Casa Civil! Mas não representa qualquer papel público relevante na chapa UB-PSD.
Bora pesquisar
O governador também não perdeu tempo. Ficou incomodado com as críticas de Gean, cobrando os R$ 33 milhões dos respiradores que nunca chegaram em 2020 e partiu para o contra-ataque.
Gravaram um vídeo veiculado inclusive na propaganda de rádio e TV incentivando o eleitor a pesquisar sobre Gean no Google, com chamadas sobre a Polícia Federal (Chabu), Cancún (viagem de lazer em plena pandemia) e escândalo (flagra no gabinete).
Causa e efeito
A Justiça derrubou a propaganda, mas o vídeo circulou e circula pelas redes sociais. Ou seja, é tiro para todos os lados.
Candidato do Lula
Décio Lima tem se agarrado em Lula da Silva, mas não perde oportunidade para disparar contra os bolsonarista, sobretudo na direção de Jorginho e Amin. Definitivamente, o petista local não se encontra no módulo paz e amor.
Eleição na terra…
…é tempo de guerra já diz a sabedoria popular. O clima é de absoluta conflagração entre os principais postulantes ao governo. A conferir quem vai realmente se beneficiar desta artilharia pesada e do chumbo trocado, assim como os próximos movimentos nacionais e seus reflexos na província Barriga-Verde.
Sim, porque mais do que nunca a eleição ganha contornos de federalização.
