O tratamento desigual que a proposta de Reforma Previdenciária, enviada pelo governo estadual à Alesc, confere às forças de Segurança pode elevar ainda mais as temperaturas nesta temporada de Verão em Santa Catarina.
Reunidos, quinta-feira, no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, 550 policiais civis; entre delegados, peritos do IGP, agentes penitenciários e socioeconômicos decidiram se preparar para deflagrar a chamada operação padrão a partir de 20 de dezembro. Isso caso o Centro Administrativo, através do Iprev, resolva manter o texto originalmente encaminhado ao Parlamento.
Na proposta, consta que Policiais Militares e Bombeiros não serão submetidos à regra da idade mínima para a aposentadoria. Ao contrário das categorias da Polícia Civil.
É grave esta diferenciação e não dá para entender. Até porque, ainda este ano, o mesmo governo prometeu o pagamento de uma gratificação, denominada Iresa, aos civis. Recuou, contudo, depois da pressão de PM’s e Bombeiros, que clamaram por tratamento isonômico!
Caminho inverso
Muito bem, agora a situação se inverte e os privilegiados são os militares que compõem as forças de segurança estaduais.
Causa calafrios só de pensar em operação padrão da Polícia Civil se iniciando paralelamente à Temporada de Verão catarinense.
Burocracia ao extremo
Basicamente, este tipo de comportamento adotado por servidores públicos antecede greves, tornando mais rigorosos e bem mais lentos os procedimentos de cada setor. Algo que atingiria, em cheio, por óbvio, as estratégias de segurança para as férias, quando o estado costumeiramente recebe milhões de turistas.
Indignação
Os policiais civis reunidos na Alesc ressaltaram que compõem uma das melhores, senão a melhor Polícia Civil do Brasil. Na contramão, afirmam que, apesar da excelência do trabalho, a instituição seria uma das menos reconhecidas e valorizadas pelos governantes. O quadro se torna mais delicado considerando-se que o governador Moisés da Silva é coronel aposentado do Corpo de Bombeiros Militar.
Datas
A operação padrão foi marcada para se iniciar no dia 20 de dezembro porque os servidores presentes decidiram aguardar o desfecho de uma reunião que terão com o Instituto de Previdência do Estado, o Iprev, no dia 18. Se o governo assumir outra postura, estabelecendo o tratamento isonômico entre as polícias, o protesto deve ser levado ao freezer. Caso contrário, o caos pode se estabelecer às vésperas das festas de fim de ano.