A eleição interna no MDB já se tornou um dos processos mais tumultuados da história.
Noves fora esse pequeno fato, as duas candidaturas já previstas entraram no jogo: Antídio Lunelli e Dário Berger.
A grande novidade ficou por conta do deputado Valdir Cobalchini, cujo projeto era disputar uma vaga de deputado federal.
Celso Maldaner, presidente estadual do MDB, recuou e não se inscreveu. Resta saber agora qual será a postura do dirigente. Cobalchini supostamente entraria no espaço de Maldaner. Os dois têm base no Oeste. O dirigente partidário até então apoiava abertamente as pretensões de Antídio Lunelli.
Mas a chegada de Cobalchini vai muito além dessa questão geográfica. O parlamentar
quer vencer o certame interno visando guardar a vaga para Moisés da Silva.
Brete
Ocorre que Valdir Cobalchini, além de ser do Oeste, tem um histórico fortíssimo de ligação com o falecido irmão de Celso, o ex-governador Casildo Maldaner. Evidentemente que este contexto dá uma bela embretada em Celso Maldaner no que tange a apoiar A ou B. Não é uma notícia muito alvissareira para Antídio Lunelli.
Favorito
Até porque o próprio Cobalchini virou favorito a vencer as prévias. Registre-se, no entanto, que ele não tem tamanho para ser candidato a governador. Seu projeto era a Câmara Federal. De uma hora para outra virou aspirante a cabeça de chapa? Como assim? Obviamente que ele não pode dizer que está segurando a cadeira para o governador sob pena de se enfraquecer na eleição interna. Além de não ter tamanho, a entrada dele no processo eleitoral é uma estratégia da bancada estadual, fechadíssima com o governador.
Dário, o esperto
Em relação ao senador Dário Berger, fica até difícil comentar. Ele está há mais de um mês apalavrado com os dirigentes nacionais do PSB e tem a ousadia de concorrer nas prévias emedebistas? Ao fim e ao cabo Dário está fazendo de bobos os líderes pessebistas.
Essa conversinha mole de que ele quer ganhar no MDB para conduzir o partido para uma aliança com o PSB nem a velhinha de Taubaté acredita.
Pra valer
Vale lembrar um detalhezinho: o rumo e os nomes do MDB serão definidos mesmo, de fato, na convenção partidária. O MDB, registre-se, é imprevisível nestas horas. Basta lembrar o ano de 2010. Luiz Henrique da Silveira já havia completado dois mandatos de governador e articulou para Eduardo Moreira ser vice de Raimundo Colombo. Paulo Afonso Vieira e outros tantos se rebelaram internamente.
Placar
Por pouco LHS não ficou sem a indicação para a disputa ao Senado. Ele fez 60% dos votos contra surpreendentes 40% de Paulo Afonso.
Em 2022, como vai ser? Moisés da Silva pode se filiar ao MDB em março. Cobalchini desiste da “candidatura” e fica tudo certo. Pode não ser bem assim. E se dá uma zebra na convenção?
A possibilidade é pequena, considerando-se que a maioria dos deputados e prefeitos estará com o governador, mas não pode ser descartada.
Opção de vice
Caso o MDB não coligue com nenhum grande partido, o próprio Cobalchini vira opção para ser vice, exatamente como ocorreu com Eduardo Moreira em 2010.
Vaticínio
Por fim, Dário Berger perdendo as prévias há quem defenda que ele enfim terá os argumentos para pular fora do MDB.
Sério? Fica feio, muito feio o sujeito perder uma disputa interna neste contexto e simplesmente arrumar as malas e ir para outro endereço partidário. É o fim da picada!