A prisão de Geddel Vieira Lima, homem do círculo íntimo do presidente há muitos anos, pode complicar a articulação para que Michel Temer salve o pescoço na Câmara dos Deputados. Ponto contra, houve outros a favor dele recentemente.
Michel Temer finalizou a semana passada, e começou esta, portanto, contabilizando três notícias favoráveis: a tal pré-anunciada greve geral não passou de uma paralisação parcialíssima, caracterizadamente carregada por sindicalistas de partidos de esquerda.
Em seguida, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, mandou soltar o amigão e ex-homem da mala do presidente, Rodrigo Rocha Loures.
Pra completar o tripé de situações alvissareiras a Michel Temer, outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, não só reintegrou o mineiro Aécio Neves ao mandato de senador como também recusou o pedido de prisão do tucano.
Nesse embalo, o presidente passou o fim de semana inteiro articulando, arte que domina muito bem, e deve apresentar já nesta semana sua defesa em relação à denúncia da Procuradoria Geral sobre corrupção passiva. O Planalto tem pressa e confia que vai barrar o prosseguimento do processo. Com estes fatos novos, e não estamos aqui entrando no mérito de nenhum deles, e o STF em recesso, Michel Temer dá uma bela respirada neste início de julho.
Educação
Sob o governo Temer, sindicalistas e entidades de esquerda foram varridos do “Fórum Nacional de Educação” e estão se rearticulando, como gostam, para montar uma entidade paralela a fim de “monitorar as metas do setor.” Metas de esquerda, bem entendido, que muitas vezes ficam bem distante da realidade e da necessidade da maioria das pessoas. Foi o que se depreendeu de um seminário sobre educação, realizado sexta-feira passada, em Criciúma, e organizado pelo deputados Luciane Carminatti e Pedro Uczai.
Prioridades
Na justificativa dos dois projetos de lei que chegaram à Alesc, detalhando as contrapartidas que o Estado dará para a Celesc contratar dois empréstimos que podem chegar a R$ 1,2 bilhões, conta que a companhia utilizará o dinheiro na ampliação e modernização da rede de distribuição; melhoria de indicadores de fornecimento de energia; ampliação e melhoramento do sistema de distribuição de alta, média e baixa tensão; ampliação e construção de subestações, entre outras.
Inversão
Do jeito que vão as coisas, daqui a pouco vão prender Sérgio Moro e Rodrigo Janot. E Michel Temer, Lula da Silva, Aécio Neves e Dilma Rousseff vão continuar livres, leves e soltos. Vergonha.
Rombo
Embora o governo tenha arrefecido a investida sobre a reforma da previdência, a CPI criada para investigar o segmento revelou um número alarmante e que escancara que a União precisa mesmo é cobrar os grandes devedores ao invés de salgar ainda mais a conta dos trabalhadores e pequenos empresários. De acordo com dados da comissão, 1 mil empresas devem mais de R$ 211 bilhões ao sistema previdenciário ou cerca de 50% a mais que o rombo previsto para as contas públicas este ano.
Temeridade
Com a denúncia da PGR contra Michel Temer já na Câmara, voltou com toda a força a temporada de negociações por verbas, cargos e emendas, pois o pescoço do presidente foi levado à guilhotina. Uma temeridade que costuma custar muito caro ao distinto público.