Mais um caso revoltante na saúde pública de Santa Catarina. Um bebê de 1 ano e 6 meses com paralisia infantil está com sonda alimentar pelo nariz desde julho do ano passado, após ser internado no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) por motivos respiratórios. Sua cirurgia de gastrostomia foi cancelada por 3 vezes e a sonda já está prejudicando a respiração e causando danos permanentes. O motivo da demora? Todos os tubos de endoscopia (videogastroscópio) da unidade estavam quebrados.
A Secretaria de Estado da Saúde demorou sete meses para contratar a manutenção dos equipamentos – processo para contratação aberto em março e Ordem de Fornecimento assinada apenas em outubro – o que gerou a suspensão de exames de urgência, o cancelamento de cirurgias e o comprometimento da saúde de crianças.
Mas o problema não para por aí. Em novembro, na tentativa de uma solução paliativa, a equipe do Hospital Infantil tentou conseguir as peças emprestadas com o Hospital Gov. Celso Ramos, o que não foi possível porque, entre outros motivos, dos sete tubos de videoendoscopia digestiva, cinco estão fora de serviço há meses.
Dos dois equipamentos em uso, um foi reparado com cola pela própria equipe de funcionários e o outro aparelho está com borramento na lente, de acordo com informações contidas na página 04 do Processo SGP-e SES 176977/2019.
Na quinta-feira, 27 de janeiro, o deputado Bruno Souza (NOVO) foi à unidade hospitalar e verificou que os aparelhos continuam quebrados. ”A Secretaria de Saúde continua não dando suporte e atenção aos problemas críticos dos hospitais. Espera todos os aparelhos quebrarem para começar a agir. Uma situação recorrente em nosso estado”. O deputado vai acionar o MPSC e TCE/SC para investigar o caso e cobrar as devidas providências.
Com relação à criança, citada no começo do texto, uma boa notícia. Diante do esforço dos profissionais do Hospital Infantil Joana de Gusmão, o conserto foi feito e o atendimento está sendo prestado.
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