Avaliando as movimentações políticas das últimas semanas, o quadro de momento possibilita algumas projeções e afirmações.
O PMDB, por enquanto, segue sozinho quando o assunto são as pré-alianças com vistas a 2018. Já o PT vai capitanear uma coligação de esquerda muito provavelmente em torno da candidatura do deputado Décio Lima ao governo.
O PSD, a seu turno, está liderando uma frente que já conta com o PP e o PSB, convergindo para o projeto do deputado Gelson Merisio, pré-candidato pessedista.
A noiva, novamente, é o PSDB. Os tucanos são a grande incógnita no cenário pré-eleitoral. E até ensaiaram a composição com o DEM, que implicaria no retorno do deputado federal João Paulo Kleinübing (PSD) para o Democratas, e o PP.
Mas esta hipótese já perdeu consistência depois que o PP assinou moção de compromisso para aliar-se ao PSD no ano que vem. A decisão pepista enfraqueceu a articulação que era liderada por Paulo Bauer, Esperidião Amin e o próprio Kleinübing.
Espaço
O PMDB pode, eventualmente, oferecer duas posições ao PSDB na chapa majoritária. Na nova tríplice (PSD, PP e PSB) haveria apenas uma vaga. Que não pode ser desconsiderada. Senão, vejamos. Se o tucanato resolve fechar com a turma do Manda Brasa, mesmo que se abram espaço para Napoleão Bernardes (prefeito de Blumenau) para disputar como vice, e Paulo Bauer tentar se reeleger ao Senado, pode gerar reação no outro lado.
Amin e Colombo
Um encaminhamento neste sentido tende a gerar o contraveneno na tríplice. Não se pode ignorar a possibilidade de termos em 2018 Raimundo Colombo e Esperidião Amin concorrendo às duas vagas ao Senado pelo tripé PSD, PP e PSB. E aí, como ficaria a situação de Paulo Bauer, tendo três grandes postulantes à Câmara Alta? Cabeça de chapa do PMDB, Bauer não será, pois o Manda Brasa não ficará a teceria eleição consecutiva sem lançar candidato a governador.
Ação e reação
Evidentemente que a leitura é de momento. Há muito jogo pré-eleitoral ainda até as definições. Inclusive no campo nacional, pois as composições dependerão também de como vai estar o governo Michel Temer no ano que vem e os estragos da Lava Jato. Aqui e lá. Mas essa equação das candidaturas dos aliados ao Senado (Amin e Colombo) é carta na manga da nova tríplice. Se o PSDB fechar com PSD, PP e PSB, Bauer pode disputar o Senado ao lado de Colombo. Ou mesmo encabeçar a chapa. Vai depender de negociações com o PSD e Gelson Merisio. Mas não é uma arquitetura descartada.
Luto
Ministério Público e o universo jurídico de Santa Catarina estão em profundo pesar com a morte do procurador Aor Steffens Miranda. A perda é irreparável. Aor teve atuação muito firme, muito correta e sem qualquer vinculação partidária. Seja no contexto interno do próprio MPSC, seja manifestando preferências políticas em suas decisões.
Brutal
Apesar de reconhecido pela firmeza e por observar estritamente a letra da lei, também era atencioso, justo e recebia a todos.
Teve a vida ceifada de forma brusca, enquanto conversava com um amigo depois de um simples jogo de futebol. Vídeos que circulam pela internet mostram a brutalidade do atropelamento e a velocidade incrível que a Mercedes C-180 estava quando colheu os dois em cima da calçada. Imagens chocantes.