Coluna do dia

Udo e Mauro

O blog publicou uma imagem emblemática ontem de manhã. O registro de encontro, com ares casuais, mas que de casual não teve nada, entre Mauro Mariani, o declarado pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, e o prefeito e correligionário Udo Döher. Deu-se em uma petiscaria de Joinville, local público e neutro, o que é sintomático.

Por enquanto, nada vazou do bate-papo, mas sabe-se que, nos bastidores, mesmo sem ter grande interlocução interna, Udo emite sinais de que não está fora do páreo e pode, sim, apresentar-se como alternativa peemedebista no ano que vem. Mauro Mariani, vendo estes movimentos, que podem contrapor-se ao projeto, literalmente de Norte a Sul, está se mexendo. E resolveu ter uma conversa olho no olho com o alcaide joinvilense.

Principalmente depois do levante de prefeitos e lideranças sulistas, que desejam ver Eduardo Moreira na cabeça de chapa, e da manutenção do silêncio sepulcral de Dário Berger (que outrora enchia a boca para dizer seu nome era o de Mariani), o pré-candidato do PMDB parece estar convencido que a tal unidade nas hostes do partido é tão real quanto o Papai Noel e que talvez seus principais adversários estejam mesmo dentro de casa neste momento.

 

Bandidos

Em entrevista à revista Época, o notório Eduardo Cunha acusa de Rodrigo Janot de atuar politicamente e usar as delações premiadas para tentar derrubar Michel Temer e fazer de Nicolao Dino seu sucessor na PGR. O ex-presidente da Câmara também faz ameaças a meio mundo político. Diz que esteve com Lula da Silva e Joesley Batista, por quatro horas, um dia antes do impeachment de Dilma.

 

Alô, Raquel

Louco para fazer uma delação agora sob a égide de Raquel Dodge, Cunha afirma que Janot o odeia, odeia Temer e que Moro queria, e conseguiu, derrubar a elite política do país. Se é verdade, parabéns ao juiz paranaense.

 

Bandidagem generalizada

Cunha deveria seguir preso e não concedendo entrevistas para livrar a própria pele, assim como fez o bandido-geral da República e açougueiro nas horas vagas, Joesley Batista, em 16 de junho (quando concedeu entrevista á mesma Época), pouco mais de 15 dias depois de virar o país do avesso, usando o próprio sistema Globo para tentar alvejar Temer. Sujeira pouca é bobagem neste país.

 

Escritório e tratores

Ontem, o deputado federal João Rodrigues deu mais um sinal de musculatura política. Inaugurou seu novo escritório político na Capital, recebendo dezenas de prefeitos para um almoço no local. Nas internas, Rodrigues sonha em emplacar na majoritária do ano que vem, em que pesem suas declarações em favor de Gelson Merisio.

 

Tratorando

Depois do almoço, Rodrigues e prefeitos foram à Secretaria de Estado da Agricultura para o ato de entrega de 18 tratores a municípios catarinenses. Ou seja, de uma maneira ou de outra, o deputado vai pavimentando seu caminho de olho em 2018.

 

Luto

O colunista manteve uma convivência profissional ao longo de quase 40 anos com o agora falecido ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier. As informações oficiais indicam que ele teria sacrificado a própria vida, ontem pela manhã, na Capital. Foi o epílogo de um calvário que se iniciou na prisão dele, algo absolutamente questionável do ponto de vista jurídico, combinada com humilhações e restrições de toda sorte, a partir de uma investigação que apurava suspeitas de desvios milionários no sistema de Ensino à Distância, bem anterior ao seu período como gestor da Universidade. Ironicamente, Cancellier não foi acusado de desvios financeiros e sim por tentativa de obstruir a Justiça! Homem de bem, conciliador, de fino trato, Cau Cancellier não aguentou o peso daquilo que considerava uma injustiça absoluta. Vai deixar muita saudade. Ainda é cedo para se tirar conclusões, mas é preciso que muitas coisas venham à tona para que o velho bordão de que a Justiça tarda, mas não falha, venha a se confirmar neste caso tão triste e doloroso.

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