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Um ajunta e outro espalha na campanha de Mariani

Nestes primeiros dias de campanha eleitoral, é claramente perceptível a desenvoltura de Napoleão Bernardes (PSDB), candidato a vice-governador. Dos principais nomes das três chapas melhores posicionadas nas pesquisas, ele é o que mais tem chamado a atenção, literalmente roubando a cena. Pelo carisma, pela capacidade de comunicação, pela capacidade de verbalizar e interagir com lideranças ou com o cidadão comum. Bernardes tem sido a grande estrela deste período entre o começo da campanha e o início da campanha de rádio e tv, marcado para esta sexta-feira, 31.

Quem capitaliza é Mauro Mariani (MDB), que tem no jovem líder seu candidato a vice. Esse é um fator que ajuda Mariani. Mas há outro aspecto que atrapalha o candidato do Manda Brasa. Querendo ajudar, mas atrapalha.

Pelo visto, o governador Eduardo Moreira (MDB) não aprendeu nada de articulação, de condução, apesar da proximidade e de longo tempo com que conviveu com Luiz Henrique da Silveira. LHS que, aliás, está fazendo muito falta para o MDB.

O único que demonstra capacidade de articulação, que em alguns momentos se aproxima do estilo Luiz Henrique, é o próprio Mauro Mariani.

Primeiro turno

Querendo ajudar, Eduardo Moreira foi ao Sul do Estado. Ali, participou do lançamento da candidatura da deputada Ada de Luca à reeleição. E declarou que esta eleição o MDB vai ganhar no primeiro turno. Evidentemente que não é hora para declarações dessa natureza. Ainda mais vindas do governador, correligionário de outro candidato à sua própria sucessão.

Hora errada

Repercutiu muito mal nas fileiras do Manda Brasa. Isso pode gerar uma grande expectativa entre a militância, trazendo frustração ali adiante, quando as urnas forem abertas.

Questionado sobre o assunto, Napoleão Bernardes foi objetivo, afirmando que não é o momento de se falar nisso.

Deju vu

A declaração de Eduardo Moreira lembra o que ocorreu em 1994. Naqueles idos, a campanha de Angela Amin (PP) foi avançando, avançando. O clima era de tamanho otimismo que a coordenação resolveu confeccionar e distribuir um adesivo dizendo “Ela no Primeiro”. Maravilha. Só faltou combinar com os eleitores. No primeiro turno, Angela de fato venceu. Abriu 260 sufrágios de vantagem sobre Paulo Afonso Vieira, que era o candidato do MDB.

Virando o jogo

Nas três semanas do segundo turno, Paulo Afonso tirou a diferença e venceu o pleito com 40 mil votos de vantagem. Ou seja, saiu de menos 260 mil para mais 40, ganhando 300 mil eleitores em três semanas. Ou, 100 mil votos a cada sete dias!

Ontem e hoje

Em 1994 ou em 2018, essa história de já ganhou em eleições é uma baita de uma fria. Eduardo Pinho Moreira perdeu uma grande oportunidade de ficar quieto.

 

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