A política de Santa Catarina não tem tradição de representantes femininas com maior destaque estadual. Senão vejamos. Basta olhar para as últimas três décadas.
O estado contou com duas mulheres que se destacaram de maneira relevante. Inicialmente Angela Amin, que foi candidata ao governo do Estado em 1994, e por muito pouco não se elegeu. Foi a primeira eleição com dois turnos.
Ela abriu 260 mil de frente em relação a Paulo Afonso Vieira, do MDB. Angela, contudo, sofreu uma virada de 40 mil votos. Ou seja, 300 mil votos em três semanas. Depois dessa experiência, não muito favorável, Angela se elegeu vereadora em Florianópolis. Em 1996, prefeita da Capital, reelegendo-se em 2000.
E veja que ela foi considerada durante sete dos oito anos de sua gestão, à frente da Capital catarinense, como a melhor prefeita do país. Ela cumpriu, ainda, dois ou três mandatos de deputada federal. E tentou novamente o governo em 2010, chegando em segundo lugar, com a eleição, em primeiro turno, de Raimundo Colombo, apoiado por Luiz Henrique da Silveira e pelo MDB. E ele, Colombo, abrigado no Democratas.
PT
A segunda mulher, não com toda a extensão e expressividade que Angela Amin angariou, mas que conseguiu, mesmo assim, destaque, atende pelo nome de Ideli Salvatti. Ela foi presidente do Sinte, sindicato dos servidores da Educação, e dali partiu para um mandato de deputada estadual. Se elegeu com uma votação mediana.
Por um fio
Na sua reeleição, Ideli preencheu a última vaga. Só que, em 2002, a petista resolveu concorrer ao Senado e se elegeu com mais de um milhão de votos, embalada, claro, pela Onda Vermelha, que fez Lula da Silva Presidente da República.
Nunca mais
Em Santa Catarina, o PT nunca tinha apresentado um resultado tão favorável. Elegeu cinco federais, onze estaduais e Ideli ao Senado.
Dianteira
Lula, que no primeiro turno, em Santa Catarina, na eleição de 2002, obteve a maior vitória proporcional do país, no segundo turno, a votação conquistada por ele entre os catarinenses, só perdeu para outro Estado, ficando em segundo lugar.
Líder
Ideli Salvatti assumiu a liderança do governo Lula no segundo mandato. Depois, com a eleição de Dilma Rousseff, ela foi derrotada, assim como Angela Amin, ao governo do estado por Raimundo Colombo. Ou seja, o lageano derrotou Ideli Salvatti pelo PT e Angela Amin pelo PP. Como ela não renovou o mandato, a petista virou ministra de Dilma Rousseff.
Guerra
Mas o desgaste acumulado, brutal, tanto como líder do governo Lula da Silva, em meio ao mensalão, como na condição de ministra de Dilma Rousseff em meio ao petrolão, fez com que ela desaparecesse completamente do mapa eleitoral. Angela Amin teve uma sobrevida maior.
Atualidade
E hoje, quem se destaca? Temos várias deputadas federais, várias estaduais, mas indiscutivelmente, a recordista de votos nas eleições de 2022, com quase 250 mil votos à Câmara, Carol De Toni, é a estrela da vez. Indiscutivelmente.
Câmara Alta
Um nome, Carol De Toni, que tem tudo para ser consagrado nas urnas em 2026 como candidata ao Senado. Ou, na hipótese de cassação de Jorge Seif pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses, poderia ela ser a candidata do PL numa eleição suplementar. Mas se não for agora, Carol seguramente terá espaço em 2026.
Ideli Salvatti e Angela Amin são passado. O presente e futuro atendem pelo nome de Carol De Toni.