A sociedade civil organizada está de parabéns. O brasileiro vem dando uma demonstração de desprendimento, de comprometimento, de solidariedade e de fraternidade com nossos irmãos e vizinhos do Rio Grande do Sul.
É um espetáculo que enche o coração e alimenta a alma.
Não apenas o poder público, mas os governos estaduais, as prefeituras espalhadas por todo o território nacional. E, claro, a classe empresarial, as entidades representativas e associativas. É algo de engrandecer o ser humano. Observam-se, ainda, as mais variadas iniciativas pessoais e familiares. Quantas pessoas literalmente se jogaram para o Sul, pegando seu carro, rebocando seu jet-ski e foram para o Rio Grande sem previsão de retorno.
É algo que comove, sensibiliza, mostra bem o espírito do brasileiro. Mas há uma grande lacuna nesse processo todo. Infelizmente. Não estamos aqui querendo culpar quem quer que seja, a prioridade agora é socorrer o Rio Grande do Sul.
Incompreensível
Não está dando para entender o comportamento do governo federal. Parece que ainda não percebeu a gravidade do que está ocorrendo no extremo sul deste país. Não há previsão ainda das águas baixarem, até porque as chuvas voltaram com frio, agravando o quadro. É destruição e sofrimento para todo lado.
Muita gente
Estamos falando de 93 mil famílias que deixaram suas residências. Estamos falando de quase 400 mil gaúchos abrigados em ginásios, em áreas que os recebem momentaneamente. Mas não se sabe até quando?
Dúvida
Ninguém sabe ao certo quando as águas efetivamente vão baixar para que se tente retomar alguma normalidade no estado gaúcho. Já se fala em 40 mil casas que precisam ser reconstruídas. Quanto tempo isso vai levar? E a economia gaúcha, a quinta do país? Vai provocar prejuízos severos e importantes para o país.
Efeito cascata
No estado vizinho, vai ter quebradeira de empresas, a arrecadação vai despencar e o desemprego em massa virá. Inapelavelmente.
Balela
E não se vê nenhum movimento do governo central. Falaram em R$ 50 bilhões, mas em operações de crédito, empréstimos, é antecipação de recursos aos quais o Estado já tem direito. Precisamos saber qual o planejamento do governo, o que fará efetivamente em favor dos gaúchos.
Fadiga
Não dá mais pra pensar que as prefeituras e o governo gaúcho vão encontrar soluções considerando-se a concentração financeira em Brasília, onde ficam mais de 60% dos recursos pagos pelos trabalhadores e empresários.
Canal
É fundamental que a União esteja aberta pra negociar com os prefeitos e o governador Eduardo Leite uma solução, encaminhamentos concretos e objetivos. Estão esperando o quê?
Extremo
É uma operação de guerra. Já questionamos aqui: quantos homens, das forças federais, foram enviados ao RS? Há mais de 400 mil servindo nas corporações e quantos estão no Sul? Quatro mil, ou seja, 1%. Eles são treinados, custam caro para justamente atuar nessas horas.
Ação
Esse pessoal precisa ser deslocado e ajudar a sociedade civil na reconstrução do Rio Grande do Sul e, também, para dar segurança, salvar vidas gaúchas ainda. O que se pede é agilidade, competência, sensibilidade, que é o que está faltando ao governo federal.
País
Isso está gerando indignação, não apenas nos gaúchos, desesperados, abandonados, mas em todo o Brasil, que sente que não há governo, que percebe que o país está à deriva.