Coluna do dia

Unidade esquerdista sob risco

Unidade esquerdista sob risco

A unidade da frente canhota em Santa Catarina está sendo colocada à prova a esta altura do campeonato pré-eleitoral. São oito partidos envolvidos: PT, PcdoB, PSOL, PV, PSB, Rede, Solidariedade e PDT.
Vários nomes começam a surgir para compor a chapa. A majoritária tem três espaços neste ano. Não contamos os suplentes de senador. Neste pleito, haverá apenas uma vaga à Câmara Alta, renovando um terço do Senado.
Gelson Merisio (Solidariedade) apoia Décio Lima (PT), já de olho para compor de vice e Dário Berger quer a cabeça de chapa, assim como o petista.
Só que o PCdoB já indicou a ex-deputada Angela Albino para vice. Não há nenhuma mulher nesta construção da frente “democrática” de esquerda. Aqui, abrimos um parêntese. Logo eles, sempre tão zelosos pelos direitos de tudo e todos, estão deixando as mulheres de fora. Fecha parêntese. Pelo PDT, Jorge Boeira, outro ex-deputado, também já se apresentou como candidato ao Senado.

PSOL se posiciona

Além de Afrânio Boppré, do PSOL, outro postulante ao espaço que concorre à Câmara Alta. O partido dele, contudo, já deixou claro que apoiará o descondenado Lula, mas o respaldo em Santa Catarina está condicionado à cabeça de chapa com o PT de Décio Lima. Se for Dário Berger (PSB), o candidato, os psolistas sinalizam que não vão estar na barca canhota “unificada”.

PSOL e Rede

Neste caso, o partido pode lançar candidato ao governo, a vice e ao Senado, em composição com a Rede Sustentabilidade.

Mais um

Ocorre que se Dário Berger sobrar para a candidatura ao governo (e tem tudo para isso acontecer) ele vai querer ser compensado com a vaga ao Senado no frentão das esquerdas.

Inarredável

O PSOL, a seu turno, não abre mão deste espaço e já tem entabulado conversas inclusive com a direção nacional com vistas a estar na majoritária Barriga-Verde.

Favorito

Décio Lima vai ganhar a indicação ao governo se depender do voto dos oito presidentes dos partidos esquerdistas. Dário Berger não tem chance. Estará criado aí um grande dilema para a canhotada estadual.

Espaço

Ante a exigência do PSOL e com chances rasas de ser o cabeça de chapa, o hoje senador vai disputar a Câmara Federal? Pouco provável. Daí o PSB pode desembarcar e lançar sua chapa, talvez compondo com outros partidos que ainda estejam isolados ou mesmo descontentes.

Desunidos

Ou seja, é muito pouco provável que os esquerdistas deste estado saiam todos unidos para a campanha eleitoral de 2022.

Discurso e prática

A propalada unidade ainda está longe de ser uma realidade. Ainda considerando-se que a única chance deste grupo de chegar ao segundo turno é pela via da unidade entre as legendas.
Fora disso, as possibilidades canhotas no Estado mais bolsonarista do país são remotíssimas.

Resgate

O único esquerdista que chegou perto de ter sucesso no pleito majoritário estadual, canhoto da gema mesmo, foi Jaison Barreto. Em 1982 ele perdeu a eleição por parcos 12,5 mil votos para Esperidião Amin, resultado que até hoje é muito questionado.

Museu de novidades

Quase 40 anos depois, vemos o futuro repetindo o passado relativamente aos canhotos: divergências, divisões e imposições que impedem o sucesso nas urnas!

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