Depois do tenso e desgastante período de definições de candidaturas e alianças, a campanha eleitoral começa a tomar forma em Santa Catarina. Esta primeira semana foi de ajustes internos e projeções para o período curto que os candidatos terão para pedir o voto. No sábado, cinco dos oito postulantes ao governo, participaram do primeiro debate eleitoral. Organizado e transmitido pela Rádio Som Maior, de Criciúma, sob a mediação do competente colega Adelor Lessa. Em linhas gerais, o público pode acompanhar ideias e discussões de bom nível. A grande novidade, contudo, foi o fato de o quinteto presente aos estúdios da emissora sulista jamais ter participado de uma eleição majoritária estadual.
Lá estavam Gelson Merisio, do PSD, Mauro Mariani, do MDB, Décio Lima, do PT, Comandante Moisés, do PSL, e Leonel Camasão, do PSOL.
Exceção à regra
Há mais de um ano, o colunista vinha apostando que este pleito seria de caras novas. A exceção à regra foi Paulo Bauer, que na undécima hora deixou de ser candidato ao governo para tentar a reeleição ao Senado. Ele que já participou de três eleições majoritárias. Foi vice-governador de Esperidião Amin, candidato ao Senado na eleição de Raimundo Colombo e candidato ao governo em 2014.
Vaticínio
Excluindo-se Paulo Bauer, o colunista sempre vaticinou que o candidato do PSD seria Gelson Merisio, que o MDB não viria com Dário Berger ou Eduardo Moreira, mas com Mauro Mariani (com alguma possibilidade de Udo Döhler ser unigdo, mas isso obviamente antes da desistência do prefeito de Joinville); e que o PT apresentaria Décio Lima para a corrida sucessória.
Poder de transferência
Outro aspecto importante destas eleições, pelo formato das alianças. A transferência de votos pode ser fator decisivo. Tanto de Paulo Bauer para Mauro Mariani como de Esperidião Amin para Gelson Merisio.
Geografia
A dupla Mariani/Bauer sai com tudo do Norte do Estado, lembrando um pouco as largadas de Luiz Henrique da Silveira em 2002 e 2006, a partir de Joinville. É um cenário que levará Merisio a tentar contrabalançar regionalmente, valendo-se da força de Amin na Grande Florianópolis, de Raimundo Colombo no Planalto Serrano, dele próprio no Oeste. João Paulo Kleinübing terá a missão de, no mínimo tentar neutralizar Napoleão Bernardes no Vale do Itajaí. É o xadrez geográfico de Santa Catarina, que pode ser decisivo neste pleito.
Lula, o vencedor
O site O Antagonista registrou que Míriam Leitão, em sua coluna em O Globo, diz que o grande vencedor do debate da Band foi Lula e o PT por terem sido poupados das críticas dos candidatos. “Por estranha estratégia dos candidatos, o PT foi poupado de cobranças sobre o mensalão e o petrolão. Naquele mesmo dia havia acontecido um evento emblemático: o Ministério Público, que o ex-presidente acusa de perseguição, devolveu à empresa mais R$ 1 bilhão desviado da estatal. O partido foi poupado da crítica de o governo Dilma [Rousseff] ter provocado a pior recessão do país, ter transformado 16 anos de superávit primário no maior rombo fiscal em duas décadas e iniciado a mais dolorosa onda de desemprego. Dilma foi invenção de Lula mas a ele nada é imputado”.
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