A tendência da política tupiniquim, observada nestes primeiros dias pós-tsunami eleitoral e da vitória de Jair Bolsonaro, é uma reacomodação generalizada das forças partidárias. Partidos como MDB e PSDB de um lado, e de outro, PSD (dividido em Santa Catarina) e PP, por exemplo, não têm mais a menor condição de ficarem como estão.
Ali na frente, no vácuo dos encaminhamentos nacionais e dentro das peculiaridades regionais, certamente ocorrerão debandadas, fusões – até pela imposição da cláusula da barreira e do impedimento de coligações proporcionais nas próximas eleições – e um novo quadro político-partidário se consolidará já em 2019.
Em Brasília, já se fala inclusive em abertura de nova janela de mudanças partidárias sem o risco de perda dos mandatos de deputados e senadores. A velha e boa janela da traição. Seria novamente em março. Ou até em abril do próximo ano.
Em Santa Catarina, observa-se, por exemplo, a situação do PP. É um partido que hoje tem cinco mandatos. Sendo três de uma mesma família, a família Amin. Evidentemente que isso vai levar o grupo que não está alinhado ao casal Esperidião e Angela, a avaliar novos rumos. Não será surpresa se o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, buscar entendimento com Júlio Garcia ou Gelson Merisio.
Nesta toada também pode estar Paulo Bornhausen, presidente estadual do PSB.
No outro espectro, Napoleão Bernardes é cotado para assumir a presidência estadual do PSDB. Não seria de se estranhar se mais à frente ele chegar a entendimentos com setores do MDB, formando uma nova força política. A verdade é a seguinte: depois do tsunami que varreu boa parte da velha política nacional e estadual, tudo pode acontecer.