Avisar sobre a situação do tempo e do mar, auxiliar a tripulação em casos de acidente ou doença, mobilizar a frota para eventuais resgates. Muitas vezes o trabalho realizado pela Rádio Costeira de Itajaí é o único meio de comunicação entre os profissionais embarcados e seus familiares ou armadores de pesca. Apesar da extrema importância, esse serviço prestado aos mais de 5.800 pescadores profissionais industriais da região corre o risco ser suspenso em Itajaí. O motivo é a falta de tratativas para manutenção do contrato, que termina em dezembro. Para evitar a possível interrupção deste serviço, a vereadora Anna Carolina (PSDB) solicitou oficialmente que o prefeito garanta a renovação da parceria com a Univali ainda durante o processo de transição do novo governo.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca), Eros Aristeu Martins diz que o grande temor dos pescadores é justamente pela falta de uma garantia de que o serviço não vá ser prejudicado ou suspenso por conta da mudança do governo. “Até agora não temos nenhuma segurança, nenhum pré-acordo antes do fim do mandato, de que a rádio não será prejudicada”, explica. O medo de Eros é que a administração municipal só inicie as tratativas para manutenção do serviço depois do fim do contrato atual. Caso isso ocorra, a rádio deve ter o serviço suspenso por meses. “Sem a rádio costeira será uma roleta russa, porque o pescador estará no mar sem saber nem mesmo a respeito do tempo”, afirma.
Contrato acaba em dezembro
De acordo com o coordenador da rádio costeira e professor da Univali Jairo Romeu Ferraciole, se não houver nenhuma tratativa os seis funcionários que atuam na emissora assinarão o aviso prévio para demissão no dia primeiro de dezembro. Depois dessa data, mesmo que o contrato seja renovado com a instituição, a Univali teria que abrir processo seletivo para contratar novos trabalhadores – já que a política da empresa impede a recontratação de quem foi demitido. “E até montar uma nova equipe, leva tempo”, explica.
Na última semana o presidente do Sitrapesca enviou um ofício para o prefeito e também para a Câmara de Vereadores solicitando a renovação do contrato. Até agora, apenas a vereadora Anna Carolina solicitou oficialmente que a demanda fosse atendida. Para a parlamentar não há motivo plausível para que a administração municipal não garanta a permanência do serviço. “Não se trata de algo que possa ser postergado, o serviço da Rádio Costeira garante a segurança dos trabalhadores que estão em alto mar, a garantia da interrupção desse trabalho é urgente”, afirma Anna.