Logo após a confirmação, até certo ponto surpreendente, de que a senadora Ana Amélia Lemos, do PP gaúcho, aceitou ser candidata vice na chapa do presidenciável Geraldo Alckmin, do PSDB, os dois partidos se acertaram no Rio Grande do Sul. Houve um rearranjo, fortalecendo a candidatura tucana no Estado vizinho, ainda na quinta-feira, 2.
Além da convergência nacional das duas legendas, há outro fator que pode influenciar o cenário catarinense. Ana Amélia Lemos é muito amiga de Esperidião Amin, o candidato do PP ao governo do Estado. Junto ao próprio Alckmin, a senadora gaúcha, que fez um mandato destacado, de perfil muito ético e combativo, pode tentar articular o amigo e correligionário catarinense na cabeça de chapa em uma composição com os tucanos de Santa Catarina.
Nos bastidores, contudo, o quadro catarinense segue semelhante à situação climática do Litoral nesta sexta-feira: tempo instável e muito nebuloso.
Há tucanos graduados apostando que 2018 pode repetir 2014, quando os Progressistas acabaram indo a reboque do PSDB.
Agora, está muito claro que é cada vez mais distante a hipótese de três candidaturas majoritárias de líderes oriundos do antigo PDS. O mais provável é que hajam duas chapas.
Como ficaram quase inviabilizadas as chances de reaproximação de PSD e PP, o mais provável é que se acertem ou PP e PSDB, isolando o PSD; ou PSD e PSDB, isolando Amin e o DEM.
Quem vai ser o cabeça de chapa na composição de duas das principais legendas também é imprevisível neste momento.
GUINADA TUCANA
Importante frisar, ainda, que, ao atrair Ana Amélia ao seu projeto, Geraldo Alckmin dá uma guinada mais conservadora e sulista, buscando votos de Jairo Bolsonaro (PSL). A senadora tem perfil conservador em suas posições e atuações e pode, de alguma maneira, também fazer o contraponto a Alvaro Dias (Podemos) no Sul, onde o senador e presidenciável paranaense é mais forte do que o concorrente tucano.