Coluna do dia

Vida ou morte

Dilma Rousseff, no plenário do Senado, falou ontem para a trupe de cinegrafistas que tratavam de registrar um de seus últimos atos ainda como presidente afastada da República.

Ela tratou de defender um “legado” que substancialmente só existe nas peças de marketing e na sua própria cabeça, além de preocupar-se com a biografia. O discurso da petista e dos aliados que ela ainda tem é sobre o que estaria em jogo com sua deposição. Programas Sociais e ações como Pronatec, por exemplo, já estavam sendo contingenciados, pois a farra petista levou o país à bancarrota.

A herança de Dilma é a seguinte, bem resumidamente: a economia brasileira diminuiu 6,8% em três anos, levando o desemprego, o grande mal de qualquer sociedade moderna, saltar  de 6,4% para estratosféricos 11,2%. Algo como 12 milhões de pessoas foi para o olho de rua. Um pai ou mãe de família desempregado é um caos. As contas vão se acumulando e o dinheiro, sumindo. Bate desespero, desestruturação, brigas, depressão e o pior: a falta de perspectivas.

Já que Dilma ontem não se defendeu tecnicamente dos crimes que a ela são imputados, a coluna trata de fazer o registro do chamado conjunto da obra. E ela está, sim, sendo cassada por isso também. Seu afastamento é quase uma questão de vida ou morte para o país!

 

Comparações

A presidente afastada citou Getúlio Vargas, que para muitos foi um ditador, e João Goulart, mas “esqueceu” de citar Fernando Collor no discurso de ontem para tentar se vitimizar perante a história. Deve ser porque o hoje senador alagoano tem voto no julgamento da petista.

 

Eduardo Cunha

Algum desavisado que ouvisse a fala de Dilma ontem, sem entender o contexto, poderia achar que quem está sendo julgado é o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que foi aliado de Dilma e do PT no passado recente!

 

Fantasia

Dilma falou em grandes obras, como a transposição do São Francisco e a descoberta do pré-sal. A verdade é que se fez muito marketing em cima de questões como essas. Mas a realidade é outra e a transposição já nasceu ameaçada de não-conclusão. E o pré-sal, ninguém sabe, ninguém viu.

 

Trio catarinense

O trio catarinense no Senado, Paulo Bauer e Dalirio Beber, ambos do PSDB, e Dário Berger (PMDB), foi visto conversando ontem no plenário do Senado quando a presidente afastada já estava na Casa.  Vale lembrar que Bauer vai assumir a liderança da bancada tucana na Câmara Alta a partir de 1 de setembro. Trata-se uma grande vitrine ao tucano catarinense e também uma deferência ao PSDB de Santa Catarina.

 

Bancada forte

Os tucanos representavam a principal bancada da antiga oposição e agora formam a segunda bancada da base do atual governo. A primeira é do PMDB. O senador catarinense vai liderar uma bancada com pesos pesados da política nacional: Aécio Neves, presidenciável, Tasso Jereissatti, Aloysio Nunes Ferreira, Antônio Anastasia, José Aníbal, entre outros.

 

Na foto

Quem fez foto com a presidente afastada antes de ela discursar no plenário do Senado foi a deputada estadual Ana Paula Lima, do PT catarinense.

 

Experiência

Deputado federal e ex-prefeito de Chapecó em duas oportunidades, João Rodrigues (PSD) vai coordenar a campanha de Luciano Buligon (PSB) à reeleição.

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