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Virando o jogo da própria vida

Com mais de 20 anos de experiência clínica e como pesquisadora e professora Doutora da Universidade Federal de Santa Catarina, a psicóloga MAGDA DO CANTO ZURBA ministra pela primeira vez ao público leigo um curso que destaca instrumentos internos capazes de alavancar o desenvolvimento pessoal. Pesquisas atuais e conteúdos científicos de ponta serão ilustrados por situações do cotidiano, levando os participantes a despertarem para a forma como conduzem a sua própria vida. O curso VIRANDO O JOGO acontecerá no próximo dia 8 de abril, na UFSC.

 

De onde surgiu a ideia do curso Virando o Jogo – explorando limites pessoais?

A experiência clínica e acadêmica ensina a lapidar o que é útil e interessante para pessoas que não são especialistas na área da psicologia. Sempre questionei por que alguns conteúdos fundamentais não são disponibilizados de um jeito fácil para todos. Hoje, para saber de psicologia e do próprio funcionamento emocional, é preciso fazer graduação, ler artigos científicos ou se submeter a um longo processo de psicoterapia.

VIRANDO O JOGO surge com a proposta de mostrar como as pessoas podem virar o jogo de sua própria vida e mudar as coisas importantes que têm vontade.  É um despertar que instiga o pensar sobre si próprio. A psicologia faz isso: leva as pessoas a se pensarem o tempo todo. Isso é muito bom, especialmente quando se enfrenta uma crise ou uma dúvida, como a educação dos filhos, a continuidade de um relacionamento ou a conquista de uma posição profissional.

O objetivo é instrumentalizar os participantes a cuidarem da própria vida olhando para o seu emocional. E para isso não é preciso ser especialista, nem estar em tratamento e muito menos esperar adoecer. As pessoas não olham porque o emocional não parece visível, mas as consequências de ignorá-lo são visíveis e gravíssimas. Esta atenção deve ser contínua. VIRANDO O JOGO é um espaço para aprender a cuidar das emoções como alicerce da qualidade de vida.

 Quem pode participar do curso e o que irá aprender?

Podem participar os maiores de 18 anos de idade, que respondem por si mesmos e têm interesse em conhecimentos psicológicos acessíveis à vida cotidiana. O curso trará recursos práticos do dia a dia com base em pesquisas válidas e atuais. Conhecimentos científicos avançados, que só estão acessíveis em artigos e livros de ponta, serão traduzidos numa linguagem do senso comum, mostrando a relação das teorias com nosso cotidiano. Vou exemplificar casos práticos durantes as atividades.

Existem associações, por exemplo, entre as doenças físicas e o estado emocional. Pacientes de fibromialgia costumam apresentar sinais de depressão. Esses sinais acabam sendo tratados de forma isolada, como só depressão ou só fibromialgia, e não se cuida do sujeito como um todo. É importante parar e pensar: O que eu faço comigo? Quando eu comecei a doer? Assim começamos a ver as relações da psicossomática, lá na teoria, com as pequenas dores de cabeça que temos.

Outro bom exemplo é a cólica e a TPM femininas: é muito difícil ter uma TPM forte se a mulher estiver apaixonada. Isso é uma coisa interessante… O que é mandado ao corpo, que tipo de endorfinas são liberadas quando se está muito feliz? O caminho inverso, da deteriorização da saúde, também acontece e ocorre quando ficamos muito tristes. No curso essas questões serão exemplificadas com tipos de adoecimento, mostrando também o que o emocional tem de fundo das doenças autoimunes. Tudo isso será abordado unindo conteúdos científicos e questões práticas.

 

A situação econômica atual tem gerado muitas crises pessoais. O curso aborda esta realidade?

O curso aborda a questão fundamental da auto realização. A questão financeira é um dos influenciadores e hoje tem muita gente deprimindo em função da fragilidade da economia. Mas é nesta hora de crise que se deve saber buscar recursos maiores.

É importante reconhecer o dinheiro como fator fundamental no caso de falta extrema que compromete alimentação, moradia, locomoção, saúde. Não é possível ter felicidade plena em uma situação de grande carência. No entanto, no campo da felicidade e da auto realização, não há diferença alguma entre os ricos e os que têm um patamar básico de segurança financeira. São outras coisas além do excesso e do luxo que fazem o olho brilhar e o coração bater mais forte.

Um bom exemplo para desmistificar o poder do dinheiro na felicidade é o de Michael Jackson. O caso dele não é diferente de muitos casos de fribromialgia que vemos. Tinha dores horríveis em todo o corpo, precisava se dopar para fazer os shows e de tanta morfina acabou morrendo. Ele já vinha pedindo socorro emocional há muito tempo, com a sequência de plásticas para mudar de aparência.

Essa ilusão de felicidade relacionada à riqueza é só uma estratégia interna de colocar as coisas longe de você. Não caia nessa cilada! A grande sacada do curso Virando o Jogo é a de colocar você no controle da sua felicidade.

 

Por que só alguns conseguem fazer grandes viradas na vida?

As pessoas saem da estagnação por vários motivos. Alguns já crescem em um ambiente de não estagnação, com estilos de vida que não gostaríamos de ter. Às vezes vemos um garoto de classe média, que tem tudo e vai de carro e mochila chique para a aula, e pensamos que ele tem futuro. E então vemos um menino que está ajudando o pai a puxar a carroça cheia de papelão e pensamos: “Coitadinho”. Eu não sei quem é o mais coitadinho dos dois casos.

Já conheci pessoas que tiveram uma grande superação. Uma delas veio para terapia gratuita e desde a infância tinha de cuidar de cinco irmãos menores, e que hoje é um grande empresário. Conseguiu dar conta de muitas coisas, não porque herdou, mas porque aprendeu desde pequeno que não tinha ninguém para fazer por ele.

Não estou dizendo com isso que as questões econômicas não influenciam a nossa vida ou que a pessoa pode viver só da força interna, nada disso… No entanto, precisamos olhar para esse exagero que o consumismo nos empurra, onde sempre supomos que não somos felizes ‘ainda’ porque não temos algo que estamos prestes a adquirir, e por aí vai… Isso rouba a sensação de governabilidade da própria vida.

Uma coisa que faz sair da estagnação é perceber que a potência está em si mesmo. Isso pode ser trabalhado com os filhos desde pequenos, mas acabamos percebendo como não tivemos o mesmo aprendizado. Tem gente que é vítima, que passou a vida com problemas, mas ao mesmo tempo não explorou o seu máximo. É importante também destacar que há problemas limitadores reais, como os de saúde, em que a pessoa não tem como fazer diferente e já atua no seu melhor.

No entanto, muitas vezes a pessoa não dá o seu melhor porque já tem certeza que não vai conseguir, de que não é a ‘sua vez1, de que a ‘grama do vizinho é mais verde1. Sempre carregando a sensação de que aquele não é o seu lugar. No curso vamos dar exemplos práticos de pessoas comuns que deram o seu máximo e conquistaram seu espaço.

 

Por que fazer este programa dentro da UFSC?

A Universidade Federal de Sanda Catarina está oferecendo uma oportunidade para o docente da UFSC se relacionar com a comunidade, para ensinarmos não apenas aos nossos alunos de graduação, especialização ou mestrado, mas também ao cidadão comum. É um curso de um dia, aberto à população, com uma taxa de participação individual pelo menos cinco vezes menor do custo que teria no mercado. Isso só é possível porque UFSC dá o subsídio necessário – sou professora federal contratada, o auditório e os equipamentos estão disponíveis e ficariam sem uso no sábado. Serão oito horas de curso, com uma hora de intervalo, com atividade intensa e muito conteúdo científico.

 

SERVIÇO

Curso: Virando o Jogo – explorando limites pessoais

Ministrante: Doutora Magda do Canto Zurba – psicóloga e professora

Data: 08/04/2017 – sábado

Horário: 9h às 18h, com uma hora de intervalo para almoço.

Local: Auditório da Reitoria da UFSC – Campus de Florianópolis

Inscrições: www.buscandodesenvolvimento.com.br

Informações: kohan.cfh@contato.ufsc.br – (48) 999133.0055

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