Embora Angela Amin (PP) tenha perdido a eleição na Capital, é inegável que ela, e por consequência a família toda, conquistou uma importante vitória política. Se considerarmos que o vencedor, Gean Loureiro (PMDB), tinha quinze partidos aliados desde o primeiro turno, quando dominou amplamente os espaços de rádio e TV e também a estrutura de rua, o resultado do segundo turno mostrou uma cidade dividida.
Em apenas três semanas, a ex-prefeita saiu de uma eleição impossível para quase vencer o pleito. Os 1.153 votos que tornaram o deputado estadual o novo chefe do Executivo da Capital ainda vão dar muito o que falar e entrarão para a história como a eleição mais apertada de Florianópolis.
Também é preciso lembrar que Angela estava há seis anos sem disputar eleições. Por isso, o cacife político do PP e da família Amin terão peso substancial já para o próximo pleito majoritário estadual e também para 2020, em Florianópolis. Principalmente se Gean tiver dificuldades de implementar as promessas de campanha.
Vinculação nacional
Na reta final do segundo turno em Florianópolis, a ex-prefeita Angela Amin conquistou votos importantes que haviam sido de Elson Pereira, o terceiro colocado, no primeiro turno. Esta migração deveu-se principalmente à estratégia da progressista de vincular Gean Loureiro a Michel Temer, Dário Berger, Renan Calheiros, Sarney, Eduardo Cunha e cia.
Crescimento
Nas primeiras pesquisas do segundo turno, 44% dos votos de Elson Pereira estavam migrando para Gean e 22% para Angela. Nos últimos dias, devido à estratégia de vinculação, o percentual de eleitores de Elson que optaram pela ex-prefeita saltou para 50%. Já o grupo que se manteve com o alcaide eleito minguou para 18%.
Papelão
Institutos de pesquisa, especialmente o Ibope, quebraram a cara no segundo turno em Florianópolis e Joinville. Na Capital, divulgou-se, na antevéspera do pleito que Gean Loureiro tinha 8% de vantagem sobre Angela Amin. Nas urnas, na realidade, ele venceu por 0,5%. No maior colégio eleitoral, o Ibope deu 51% a 49% para Udo Döhler sobre Darci de Matos. No domingo, constatou-se que o prefeito reelegeu-se com quase 12% de dianteira!
Discriminação
Ao participar da reunião dos governadores do Codesul, em Curitiba, o deputado Leonel Pavan, ex-governador de SC, disparou. “Os estados do Sul também continuam sendo discriminados no retorno dos impostos federais arrecadados e há necessidade de união para enfrentar também esse problema crônico.” Sem dúvida.
E agora?
Há avaliações dando conta de que as dificuldades administrativas do prefeito Cesar Junior, do PSD, acabaram atrapalhando a campanha de Angela Amin. O vice dela é correligionário do atual alcaide.
Marketing
Algumas excelentes surpresas no que tange ao trabalho de marketing político-eleitoral em Santa Catarina, principalmente neste segundo turno. Destaque para o trabalho do publicitário Onor Filomeno, da Agência Criação, que desempenhou papel decisivo na reeleição de Napoleão Bernardes, com larga vantagem, em Blumenau. É nome certo para futuros desafios eleitorais.
Semelhanças
Quem também saiu maior deste pleito foi a dupla Daniel Araújo e o sócio Bernardo Lopes. O primeiro assinou a campanha vitoriosa de Volnei Morastoni, em Itajaí, e o segundo, a de Gean Loureiro na Capital. Curiosamente, na cidade portuária, a vitória foi por menos de 800 votos e, em Florianópolis, por 1.153 votos.