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Voto útil

Passadas quase 72 horas do atentado covarde, vil, frio e de extremo potencial anti-democrático contra Jair Bolsonaro, já é possível projetar, sem medo de errar, que o chamado voto útil vai entrar em cena nestas eleições. Em favor do candidato do PSL, que tem tudo para aumentar seu capital eleitoral a partir do episódio.

Essa leitura vai além do ataque em si. Na outra ponta, é real a possibilidade de Fernando Haddad, o novo preposto de Lula da Silva, ir para o segundo turno. Que ele vai crescer também, não restam dúvidas. Neste contexto e com o ex-presidente transferindo votos; com Jaques Wagner e Dilma Rousseff elegendo-se senadores pela Bahia e por  Minas Gerais; com Gleisi Hoffmann elegendo-se deputada federal pelo Paraná e com Dias Toffoli – ex-advogado de Zé Dirceu e do PT – assumindo a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a balança vai pesar a favor dos petistas de forma impraticável no segundo turno.

O quadro de mobilização vai se estabelecer. Para que Bolsonaro tente liquidar a fatura já no dia 7 de outubro, evitando as possibilidades de golpe eleitoral no segundo round no contexto acima descrito.

Exército de representantes

Mesmo não estando em combate, Jair Bolsonaro vai ser representado pelos milhares de militantes do PSL, por seus filhos e pelo candidato a vice-presidente na chapa, o general Hamilton Mourão, que vem se mostrando uma grata surpresa. Neste momento, Mourão pode agregar até mais do que o próprio Bolsonaro. O  militar é muito inteligente, tem grande conhecimento histórico; é articulado, preparado e passa credibilidade.

Plim-plim

Outro ponto que precisa ser observado. A Rede Globo e outros veículos de comunicação que realizarem debates eleitorais não poderão deixar o general Hamilton Mourão de fora. Primeiro, porque é direito do candidato de ter sua participação assegurada. Segundo, porque o cabeça-de-chapa, no caso Jair Bolsonaro, não vai porque está hospitalizado e não porque simplesmente não quer ir. A conferir!

Passagem de Alckmin

Os dois tucanos da majoritária estadual liderada pelo MDB, Napoleão Bernardes (candidato a vice-governador) e Paulo Bauer (que tenta a reeleição ao Senado), acompanharam as agendas de Geraldo Alckmin, o presidenciável do partido, no fim de semana em Criciúma e Florianópolis. E nem poderia ser diferente. Pelo MDB, quem marcou presença foi o governador Eduardo Pinho Moreira, ex-prefeito de Criciúma e que hoje pilota o Estado, que tem base na Capital.

Mariani ignora

Já o candidato ao governo pelo MDB, Mauro Mariani, ignorou olimpicamente a agenda do candidato a presidente dos aliados. Não apareceu nem no Sul nem na Capital do Estado. Houve tucano emplumado chegando à seguinte conclusão: o MDB praticamente ignorou a passagem de Alckmin pelo Estado, considerando-se que a presença de Moreira não agrega eleitoralmente. Pelo contrário, pode até subtrair votos do tucano. O governador não tem respaldo popular me Santa Catarina.

Duas frentes

A ausência de Mauro Mariani rende duas leituras imediatas. Primeiro: Ele não quer se comprometer com Geraldo Alckmin, que patina nas pesquisas e que tem o Ministério Público Eleitoral no seu encalço. E também porque o MDB tem candidato a presidente, Henrique Meirelles. Mas que também não merecerá o respaldo eleitoral de Mariani. Ao fim e ao cabo, o emedebista catarinense não quer criar um problema interno no MDB e muito menos se associar a um presidenciável que não decola.

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