Blog do Prisco
Coluna do dia

Votos preciosos

Os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) foram exonerados, na quarta-feira (18), pelo presidente da República, Michel Temer. Os dois voltam a assumir temporariamente os mandatos na Câmara dos Deputados.

De acordo com o Planalto, eles retornaram ao Parlamento para a apresentação de emendas. Conversa mole. No entanto, os suplentes dos ministros exonerados são os deputados Severino Ninho e Creuza Pereira, ambos do PSB pernambucano e críticos do governo. Na avaliação de parlamentares da oposição, essa foi mais uma manobra de Michel Temer que garantiu votos a favor dele, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na quarta à noite, o colegiado rejeitou a segunda denúncia de Janot contra o presidente por 39 votos favoráveis à suspensão do processo e 26 pelo prosseguimento do processo. Uma vitória apertada, cujo placar foi auxiliado pelos dois preciosos votos dos ministros exonerados.

 

Olha o placar

A decisão da CCJ, que tem tudo para ser referendada em plenário, também leva e livra a cara dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. A expectativa agora é saber o placar final que vai deixar o imbróglio para 2019. Se Temer conseguir menos votos do que os conquistados na derrubada da primeira denúncia, o governo, já absolutamente impopular, tende a virar um moribundo à procura de uma cova. O que pode sepultar definitivamente as reformas estruturais, notadamente a da Previdência.

 

Alto lá

A manobra feita antes da votação da segunda denuncia contra Temer pode interferir nos planos do PSB, que estava dividido sobre o prosseguimento ou não da denúncia, na Casa.

 

Plenário

Para reagir à decisão de Temer, durante a tarde da quarta-feira (18), o PSB destituiu a deputada Tereza Cristina (PSB -MS) da presidência da bancada e no lugar dela, assumiu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). A substituição deve ser mantida pelo menos até o fim da segunda denúncia contra o presidente da República, que agora será apreciada em plenário.

 

Trocando em miúdos

Resumo da semana em Brasília. Michel Temer ajudou a salvar Aécio Neves da degola e o mineiro está ajudando a levar ao freezer a segunda denúncia da PGR contra Temer. Simples assim. Mas com altíssimos custos políticos (emendas, cargos e por aí vai).

 

Ameaça

Deputado federal petista Pedro Uczai converteu-se numa espécie de fiscal dos colegas catarinenses. Na Sessão da CCJ que não aprovou a continuidade das investigações a respeito de Michel Temer, Uczai soltou o seguinte: “Nós vamos denunciar cada um dos deputados aqui quando ‘apertar o dedo’ para inocentar o Temer. Qual a razão de um deputado federal do meu Estado, Santa Catarina, que se move para não autorizar as investigações contra Michel Temer?”

 

Ataque

O outro deputado federal petista de Santa Catarina, na condição de líder da minoria no Congresso, tratou de afiar o verbo contra os três senadores do Estado, que votaram para tirar o pescoço da Aécio Neves da lâmina. “Quem salvou Aécio não tem desculpa. Coonestou com as malas de dinheiro da corrupção. É triste hegemonia de Santa Catarina neste episódio no Senado Federal”.