Sistema Faesc/Senar e Safras & Mercado promovem webinar sobre as perspectivas e tendências do mercado de fertilizantes
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) promoveu na ultima semana em parceria com a Safras & Mercado webinar com o tema “As perspectivas e tendências do Mercado de Fertilizantes”. O evento reuniu produtores rurais, dirigentes sindicais, técnicos e outros representantes do setor produtivo catarinense.
Na abertura do evento, o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de Finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, apresentou a engenheira agrônoma com experiência em análise do mercado de insumos agrícolas, Maísa Romanello, que atuou como palestrante. Frisou que o assunto da pauta é de interesse dos produtores e mencionou que o mercado de fertilizantes está mais lento atualmente.
Destacou que as projeções de quebras da produção de grãos da safra 2023/2024 fizeram com que as negociações ficassem ainda mais lentas. “Além disso, os produtores estão lidando com os efeitos do El niño, depois vem a La Niña sobre as nossas lavouras e, dessa forma, as compras de insumos para a segunda safra vêm sendo realizadas de forma cautelosa pelos produtores. Além disso, a safra 2023/2024 está mais baixa em relação às anteriores e os preços das commodities estão reduziram”.
Diante desses e de outros argumentos sobre o atual cenário, o dirigente questionou a palestrante sobre a tendência mundial e as perspectivas para o mercado de fertilizantes. Maísa iniciou sua explanação apresentando uma contextualização sobre o mercado de fertilizantes e sobre os acontecimentos nos últimos anos.
Ela explicou que o Brasil importa 85% das demandas de fertilizantes e que os grandes fornecedores são a Rússia com 22%, a China com 15%, o Canadá (13%), os Estados Unidos (5%) e Israel (4%). “Nos últimos tempos, tivemos anos atípicos, o que provocou oscilação dos preços dos fertilizantes. Em 2021, vínhamos com a recuperação da pandemia e tivemos um grande desequilíbrio entre oferta e demanda na cadeia de suprimentos, que atingiu as matérias-primas dos fertilizantes.”
De acordo com a palestrante, em 2021 o Brasil contava com bons patamares para as commodities agrícolas e isso impactou em relações positivas de troca para a aquisição desses insumos, apesar da escalada nos preços que aconteceu ao longo do ano. “Essas relações de troca ficaram bem favoráveis diante dos bons patamares das commodities agrícolas, o que consequentemente, levou a um aumento no custo junto com o consumo recorde de fertilizantes em 2021”.
Em 2022 as expectativas eram de reequilíbrio dessa oferta e demanda, mas um grande acontecimento novamente mexeu muito com o mercado de fertilizantes: a guerra entre Rússia e Ucrânia, que iniciou em fevereiro, e levou os preços dos fertilizantes a patamares recordes.
Maísa assinalou, ainda, que a Rússia é a principal fornecedora para o Brasil e isso trouxe um grande temor de que pudesse faltar fertilizantes no país, além de toda uma questão de aumento nos preços das matérias-primas, como o gás natural e o petróleo, novamente em alta, levando os preços dos fertilizantes a recordes em 2022. O ano de 2023, finalmente, foi um pouco mais normal diante desses dois anos atípicos de acontecimentos de pandemia e guerra, que são imprevisíveis”.
Além disso, 2023 o ano do retorno dos preços aos patamares médios, gerando um reequilíbrio da oferta e retomada da demanda. “Importamos 39,4 milhões de toneladas – um volume 8% maior em relação ao de 2022 e que só ficou atrás do recorde que tivemos em 2021”.
Por fim, a palestrante apresentou o panorama atual, falou sobre as perspectivas destacando que os valores dos fertilizantes no Brasil podem cair na safra 2024/2025 e comentou sobre os pontos de atenção em relação ao mercado de fertilizantes.
SEMINÁRIOS ON-LINE
De acordo com o presidente Pedrozo, a webinar faz parte do cronograma de seminários on-line ao vivo abertos ao público do setor viabilizados por meio de parceria com a Safras & Mercado. “Os eventos fornecem informações precisas e atualizadas sobre as tendências do mercado, os preços das commodities, as perspectivas de produção e consumo, entre outros temas de interesse do setor produtivo”.
Foto 05 – Evento on-line reuniu produtores rurais, dirigentes sindicais, técnicos e outros representantes do setor produtivo catarinense.
Senar/SC presente em Encontro que discute os desafios para a expansão da ATeG
O estado de Santa Catarina esteve representado no Encontro de Coordenadores da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), na última semana, em Brasília. A iniciativa foi promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e reuniu as 27 administrações regionais da entidade.
A coordenadora estadual da ATeG do Senar Santa Catarina, Paula Coimbra Nunes, participou do evento juntamente a auxiliar administrativo do programa, Daiana Correa Silveira. “Temos a responsabilidade de continuar fazendo esse trabalho com excelência e levar a assistência técnica para o maior número de pessoas com a missão de incentivar a inovação, que também é muito importante para auxiliar os produtores no desenvolvimento de suas atividades e na melhoria contínua de todo o setor agropecuário do Brasil”, ressaltou Paula.
No primeiro dia do evento, o diretor-adjunto de Assistência Técnica e Gerencial, Eduardo de Oliveira, apresentou os avanços da área, como o crescimento de 18% do número de propriedades atendidas em 2023 em relação ao ano anterior e a previsão para 2024, que deve ser acima de 11%. “Esse ano alcançaremos 400 mil propriedades atendidas e a intenção é ampliar 120 mil propriedades por ano até alcançarmos 1 milhão em 2029,” afirmou.
Durante a programação, os coordenadores participaram da palestra Descomplicando a ATeG, com o consultor do Senar, Christiano Nascif, que abordou os processos da assistência técnica em formato de trilhas para uma gestão inteligente focada em resultados.
Outra novidade é a repaginada da Academia ATeG, programa voltado à capacitação de técnicos. O coordenador destacou que esse ano a intenção é ampliar as oportunidades, inclusive com treinamentos internacionais.
O segundo dia visou discutir os principais desafios e o papel dos profissionais da ATeG na expansão da metodologia e no atendimento dos produtores rurais brasileiros. O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, fez um panorama das ações do Senar, explicando a evolução do atendimento ao produtor até chegar à assistência técnica. Também falou da importância do processo educacional contínuo no campo e ressaltou que para o setor continuar se desenvolvendo é necessário investir também em gestão e inovação.
“Estamos trabalhando para avançar nos próximos anos e chegar a 1 milhão de produtores atendidos, mas precisamos da ajuda de vocês para ampliar o alcance de atendimento nos estados”.
De acordo com o diretor-geral, o próximo desafio do Senar é investir em inovação. “Queremos desenvolver a classe média rural porque precisamos de tecnologia para reduzir os custos de produção e gerar mais renda para os produtores rurais”.
Entre outras atividades, os coordenadores da ATeG também apontaram a inovação, aliada à assistência técnica, como meio para ampliar a produtividade no campo e melhorar a renda do produtor. Também conversaram com dois produtores atendidos pela ATeG. Um deles foi José Severiano Walendorff, produtor de cachaça na região do PAD-DF, em Brasília, e o outro foi o produtor Gervaso Oliveira, de Alexânia (GO).
*Com informações da Assessoria de Imprensa da CNA